A Petrobras avalia nove diferentes fontes para o futuro de olho na transição energética, mas não há nenhum investimento previsto por enquanto. A estatal de petróleo e gás está com foco na melhoria de sua produção de hidrocarbonetos e trabalha para a redução dos níveis de emissões de gases de efeito estufa, pelo menos até 2026.

Segundo o presidente da empresa, Joaquim Silva e Luna, a transição energética é objeto de estudo de um comitê criado pela empresa. Nesse grupo, que está baseado no centro de pesquisas da companhia, o Cenpes, as avaliações passam desde as fontes eólica e solar fotovoltaica a até mesmo a nuclear e a geotérmica. Contudo, ele comentou que não há recursos alocados para essas fontes no atual plano estratégico da companhia.

“Não pensamos em investimentos que não tenham clareza de que têm retorno para a companhia, a governança nem deixaria que isso ocorresse” disse ele em transmissão do evento 2022 Latin America Investment Conference do banco de investimentos Credit Suisse.

“Nosso planejamento teve o cuidado de colocar de 2022 a 2026 somente o que estamos fazendo, que é melhorar as operações desde a exploração e refino”, disse ele. “Não enxergamos nenhum tipo de outra frente de atuação, nosso foco agora está na melhor produção com menor nível de emissão de carbono”, acrescentou o executivo destacando o desenvolvimento de combustíveis líquidos diversos, voltados à mobilidade.

Esse caminho, destacou ele, atende aos compromissos da empresa reduzir em 25% as emissões da empresa até 2030. E compara que ao avaliar os níveis de 2009 a queda já é de 40% atualmente.

“Com isso temos espaço para ter tempo e identificar qual é o melhor tipo de investimento em transição energética, mas acredito que o óleo continuará por muito tempo como um combustível de relevância no mundo”, afirmou.

Luna e Silva destacou que um desafio importante é a questão do gás natural. A abertura do mercado ocorre em um momento em que há aumento dos preços do combustível do qual o Brasil ainda importa 50% do consumo. Mas que os investimentos o Polo GasLub deverão ajudar a mitigar esse efeito com o acréscimo de 21 milhões de m³/dia quando a UPGN estiver em funcionamento. A companhia iniciou os testes desse ativo no início desta semana.