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A Eneva informou que irá realizar a primeira perfuração não convencional de gás natural do Brasil em 2022. O anúncio foi feito nessa terça-feira, 8 de fevereiro, pelo diretor de Operações da empresa, Lino Cançado, durante apresentação no Eneva Investor Day.O  evento trouxe as intenções e estratégia da companhia até 2030, quando pretende se firmar também na área de energias renováveis por meio da captura e armazenamento de carbono e hidrogênio verde.

“Se o primeiro teste for exitoso, com o poço vertical, vamos fazer um horizontal e depois no desenvolvimento começa a perfuração de uma grande quantidade de poços de uma forma quase fabril”, comentou o executivo. O plano é fazer três poços este ano na bacia do Parnaíba (MA) até a rocha geradora de gás, que será explorada para testar o potencial da tecnologia.

As atividades não-convencionais utilizam o fraturamento hidráulico, conhecido como shale, para produzir petróleo e gás a partir da própria rocha geradora de uma bacia. A modalidade foi responsável pela queda drástica de preço do insumo nos Estados Unidos e a volta do país à condição de exportador de energia. Apesar disso a técnica é criticada por ambientalistas, já que além de utilizar muita água para sua produção, pode contaminar lençóis freáticos.

Técnica também é utilizada na produção de energia geotérmica (US Environmental Protection Agency)

O plano da empresa contempla um edital que será lançado pelo Ministério de Minas e Energia para testar a técnica de prospecção no âmbito do programa Poço Transparente e em parceria com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e a Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Segundo Cançado a ideia é dar visibilidade ao projeto e fornecer informações em tempo real à sociedade para desmistificar a visão negativa em relação ao fraturamento hidráulico. “Se o teste comprovar a economicidade de recursos não convencionais da bacia, temos uma fonte quase inesgotável para perpetuar as atividades de gás no Parnaíba”, disse o diretor.

Hub de gás e térmicas

O executivo, disse entender que essas explorações não-convencionais podem significar uma revolução na produção terrestre brasileira, também afirmou que a Eneva tem intenção de desenvolver um hub de gás na capital São Luís, o que pode incluir a construção de um gasoduto entre a cidade e Santo Antônio dos Lopes (MA), onde ficam os campos de produção da companhia e o complexo de térmicas.

O desenvolvimento de uma termelétrica de 600 MW em Manaus (AM) continua no radar, ainda que em segundo plano depois do não fechamento do negócio envolvendo o campo de Urucu, da Petrobras, afirmou o diretor de novos negócios e comercialização, Marcelo Lopes.

“Hoje faz muito mais sentido a Eneva alocar capital nos projetos e monetizar as reservas que já conhecemos do que pagar um valor muito elevado por uma reserva em um momento em que os preços do petróleo estão na máxima histórica dos últimos anos”, completou o executivo.

Lopes confirmou o foco da empresa no desenvolvimento das reservas dos campos de Azulão, na Bacia do Amazonas, e de Juruá, na Bacia do Solimões, ambos no Amazonas. Ele enxerga alto potencial para demanda do gás na região, principalmente para projetos termelétricos, avaliando a construção de novas usinas do tipo no Maranhão, as quais incidiriam apenas custos marginais dado a operação no complexo do Parnaíba.

Em uma fala conclusiva, o presidente da companhia, Pedro Zinner, sintetizou os desafios da companhia em estender o ciclo de vida dos ativos, maximizar as reservas e desenvolver soluções integradas no Norte do país, além de desenvolver a infraestrutura para o gás, comercializar recursos energéticos e formar novos modelos de negócio. “É pensar fora da caixa, assim como fizemos nos últimos anos”, finalizou.