A Copel anunciou que está investindo R$ 519 milhões nesse ano para obras na região oeste do Paraná. A maior parte desse montante será destinada ao programa de redes trifásicas, que moderniza o sistema elétrico no campo a fim de dar suporte ao desenvolvimento agropecuário. O programa receberá R$ 153 milhões para implementação de 1,6 mil quilômetros de novas redes em toda a região.
Os números foram apresentados na última quarta-feira, 9 de fevereiro, pelo presidente da companhia, Daniel Slaviero. Além do Paraná Trifásico, o plano de investimentos para 2022 prevê a construção de novas subestações, linhas de distribuição e a ampliação do Programa Rede Elétrica Inteligente.
Somente nessa região serão construídas sete novas subestações e 327 quilômetros de linhas de alta tensão, além da modernização da rede de energia com a instalação de 380 equipamentos de automação, 250 medidores inteligentes e 69 sistemas de auto religação.
“Colocamos em operação seis mil km no final do ano passado, em Medianeira, e até dezembro vamos fazer mais 10 mil km”, disse Slaviero, apesar de relatar a falta de alguns insumos para o andamento do projeto. As novas obras no oeste paranaense vão ser somadas aos R$ 163 milhões já investidos no programa na região. Ao todo foram R$ 757 milhões aplicados pelo programa na construção de novas redes. Em 2022 a iniciativa prevê mais R$ 450 milhões em todas as regiões do estado.
Presidente da Copel anunciou construção de mais 10 mil km de redes trifásicas em 2022 (Reprodução)
Segundo a companhia serão 25 mil quilômetros de novas linhas no estado, com os custos e intervalos para manutenção sendo reduzidos com essas novas redes trifásicas, que serão interligadas para garantir redundância no fornecimento de energia. Além disto, vai permitir que tecnologias avançadas sejam instaladas e integradas ao restante das redes da distribuidora.
Proteção e inteligência
Toda a espinha dorsal da rede de distribuição no campo está sendo trifaseada, num investimento de R$ 2,7 bilhões. Os novos cabos possuem capa protetora isolante e têm nível de resistência reforçada quando atingidos por galhos de árvores ou outros objetos.
Outra característica das novas linhas, explica a estatal, são as conexões inteligentes com a central de monitoramento da rede, chamados de religadores automáticos. Esses equipamentos têm capacidade para identificar problemas e “abrem temporariamente” para passagem de eventuais curtos e assim evitar desligamentos, além de religarem a energia sem precisar de interferência humana.
Culturas que dependem da energia elétrica intensiva para a sua produção serão beneficiadas, entre elas leite e derivados, suinocultura, avicultura, piscicultura e fumo, além de atividades como os poços artesianos. O Paraná é líder nacional em algumas delas, como avicultura e piscicultura.
A estatal paranaense também anunciou que irá investir R$ 1,63 bilhão em obras de distribuição de energia, maior montante na história da companhia. Além do Paraná Trifásico, são R$ 400 milhões na construção de novas linhas e subestações, R$ 300 milhões no Programa Rede Elétrica Inteligente, R$ 250 milhões no atendimento a consumidores e R$ 200 milhões no Programa Confiabilidade Total.