Olá, esse é um conteúdo exclusivo destinado aos nossos assinantes
Cadastre-se GRATUITAMENTE ou faça seu LOGIN e tenha acesso:
Até 5 conteúdos
fechados por mês
Ficar por dentro dos cursos e
eventos do CanalEnergia
Receber nossas newsletters e
mantenha-se informado
sobre o setor de energia.
Notícias abertas CanalEnergia
ou
Já sou cadastrado,

Após a entrada em operação comercial da UFV Bon Nome (PE – 130 MWp), a Mercury Renew se prepara para manter o ritmo de expansão em 2022. Ainda este ano está prevista a inauguração da UFV Castilho (SP – 270 MWp) e em 2023 será a vez de Hélio Valgas ( MG – 670 MWp). Em entrevista à Agência CanalEnergia, o CEO da geradora, Pedro Fiuza, revelou que a meta da empresa é fazer 1,6 GW até o fim do ano que vem e que apesar da predominância solar, a fonte eólica não está descartada. “Será um ano bem animado em termos de implantação e operação”, explica. A Mercury é uma empresa especializada em geração de energia renovável do Grupo Comerc Energia e deve investir R$ 5,5 bilhões até 2025.

A animação do executivo vem de quem está construindo Castilho, a maior usina solar do estado de São Paulo e já tem o aprendizado adquirido em Bon Nome e Brígida, já implantadas. Fiuza relembra que 2021 foi um ano atípico para todos ainda por conta da pandemia, que acabou impactando tanto no canteiro, com a necessidade de reforço dos cuidados, quanto no ambiente externo, por conta da produção de painéis fotovoltaicos chineses. Segundo ele, hoje entre os fornecedores já há uma previsibilidade melhor e uma queda no custo da logística internacional. Embora o preço ainda esteja acima de dois anos atrás, está bem abaixo do auge da pandemia. “Hoje nós temos pelo menos um controle e uma previsão melhor sobre o encaminhamento desses projetos”, avisa.

No canteiro, a mão de obra é um ponto de ligação com o local, através da contratação e treinamento dos trabalhadores na implantação. Muitos habitantes das cidades ficavam relegados a agricultura de subsistência ou a receber algum tipo de auxílio do governo. “Você vê muita gente assinando a carteira pela primeira vez. É uma contribuição extraordinária que a gente dá para um pessoal que antes da geração solar tinha pouca expectativa de treinamento de qualificação de remuneração digna”, ressalta.

A energia produzida por Bon Nome será destinada a comercializadora Tradener. Sobre a inserção da fonte no mercado livre, Fiúza acredita que a solar está indo além de diretrizes de ESG de empresas de consumir apenas energia limpa. Está sendo observada uma forte aceitação, baseada no tripé energia limpa, confiável e viável economicamente. Segundo o executivo, a volatilidade da fotovoltaica é menor que a de uma eólica, o que a confere menor oscilação na geração e mais confiabilidade nos contratos.

Apesar do momento do mercado livre, a empresa não está fechada para projetos no mercado regulado. Para Fiuza, a evolução do ACL aliada a capacidade de execução da empresa fez com que seja possível elaborar um planejamento independente da realização de certames de energia nova. “Não dependo mais do mercado regulado para viabilizar a companhia”, pontua. Por outro lado, caso apareça uma boa oportunidade no mercado regulado, o CEO não vê problema em aproveitar essa ocasião.

A parte da queda no preço merece um destaque maior pelo CEO da Mercury. Ele lembra que a divisão dos custos totais do projeto (LCOE) teve uma queda de 85% nos últimos dez anos, tornando a solar uma fonte muito barata. “Acho que nenhuma outra fonte em nenhum outro momento da história teve uma queda tão significativa”, salienta. Para o futuro, a previsão é de mais quedas expressivas, o que já não está previsto para fontes tradicionais como a hidrelétrica, que passa por momento de estagnação. “A solar se inseriu muito melhor nesse ambiente de Mercado Livre por dar mais confiabilidade para o cliente e mais segurança para o investidor que está tomando o risco de investir o capital ali”, comenta.

O parque inaugurado teve investimentos de cerca de R$ 400 milhões e contou com crédito de R$ 192 milhões do BNB, além de uma emissão de debêntures de R$ 75 milhões. Para Fiuza, os Green Bonds deverão ser mais comuns na composição do financiamento de projetos renováveis. Fundos globais já estão decididos a financiar estes projetos em prol da sustentabilidade. “Cada vez mais nós vamos ver esses projetos de infraestrutura com a pegada mais sustentável e sendo financiado por esses Green Bonds”, pontua.