O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, justificou a viagem presidencial à Rússia em meio à crise envolvendo uma eventual intervenção daquele país na Ucrânia. Ele destacou a parceria entre os dois países e disse que o Brasil está atendendo a um convite feito pelo presidente russo, Vladimir Putin, no final de 2019.
“Nos entendemos que é o momento. Nós somos parceiros da Rússia já há muitos anos. A Rússia, Brasil, Índia, China e África do Sul formam o Brics. Temos reuniões anuais”, afirmou nesta segunda-feira, 14 de fevereiro, em entrevista coletiva em Portugal. Ele ia viajar em seguida para se juntar à comitiva presidencial em Moscou.
Questionado sobre a posição do Brasil na crise, que pode trazer impactos para o suprimento de gás à Europa, o ministro respondeu que o país defende a solução pacifica de controvérsias, e deixou isso bem claro em recente reunião do Conselho de Segurança da ONU.
“Essa posição do Brasil é clara, é conhecida. E isso não impede que nós continuemos com as nossas realizações, reuniões e cooperação internacional com parceiros. Temos uma relação já de muitos anos de parceria e de cooperação com a Federação Russa, e continuaremos mantendo essa cooperação, dentro daqueles acordos que nós possuímos. Esse é o motivo principal desta viagem”, reforçou.
Albuquerque disse que “evidentemente” o tema da Ucrânia não faz parte da agenda, mas poderá entrar dentro das conversações entre o presidentes Jair Bolsonaro e Putin. O ministro destacou que em outubro do ano passado esteve na capital russa para participar da Semana de Energia. E que pretende retornar ao país em junho desse ano para o Fórum Econômico de São Petersburgo, também para participar de discussões de cooperação no setor de energia entre os dois governos e as indústrias dos dois países.