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A EDP Brasil está imbuída em aumentar seu portfólio de geração solar e estrategicamente diminuir a exposição à geração hidrelétrica em 2022, disse o CEO da companhia João Marques da Cruz na última quarta-feira, 16 de fevereiro, durante a coletiva virtual de apresentação dos resultados financeiros de 2021.

“Estamos próximos das condições para iniciar um segundo projeto de 250 MW no estado de São Paulo e outro em Minas Gerais, fechando o ano com 650 a 700 MW aceitos na parceria com a EDP Renováveis”, destacou o executivo, salientando que as usinas serão construídas em solo e dedicadas a produção centralizada. No final do ano passado foi anunciada a primeira UFV da empresa, no Rio Grande do Norte.

Vale lembrar também que em 2021 a companhia tentou vender as UHEs Jari, Mascarenhas de Moraes e Cachoeira do Caldeirão, mas não chegou a um acordo com o potencial comprador. Cruz admitiu que os ativos, que somam 809 MW de potência, seguem à venda no mercado mas que só terão uma definição mediante o preço que entende ser justo.

“Não temos pressa em vender essas usinas, são ativos muito bons e estão operando normalmente. Queremos vender mas não somos obrigados”, ponderou.

Perguntado sobre a possibilidade de investimentos em usinas híbridas, o CEO disse não enxergar esse potencial para a EDP no Brasil, já que esse tipo de projeto é mais explorado a partir de painéis solares flutuantes em lagos de reservatórios em países com pouco terreno ou espaço físico limitados, seja por densidade demográfica ou questões ambientais.

“O que podemos fazer é buscar sinergias com outros parques e linhas de transmissão. Monte Verde por exemplo não tem um escoamento exclusivo, é partilhado com o cluster regional”, ressaltou.

Sobre possíveis impactos da crise atual na cadeia produtiva e logística envolvendo o fornecimento de equipamentos para o mercado fotovoltaico, João Marques ressaltou a importância nesse momento da parceria com a EDP Renováveis, que oferece toda logística dos suprimentos nos projetos citados, com um bom provisionamento para equipamentos não só para o Brasil como para o mundo.

Transmissão

A estratégia de rotação de ativos de transmissão irá continuar segundo o executivo, vide a alienação de três ativos no passado, mas agora na outra ponta, avaliando a incorporação de novos negócios para seguir atuando no segmento. “A fase é de encontrar mais ativos, seja no leilão ou no mercado secundário”, definiu.

O leilão de transmissão no meio desse ano á aguardado com expectativas significativas de competitividade, assim como foi no último certame de dezembro. “Vamos analisar todos os 13 lotes, devendo seguramente ir em algum, mas não todos”, finalizou, completando que nem eleições nem questão de juros irão atrapalhar os leilões.