Cálculo feito pela TR Soluções mostra que o novo empréstimo para a cobertura dos custos adicionais da escassez hídrica pode ter impacto médio de 3,41 pontos percentuais nas tarifas de 2022. Com a entrada dos recursos da operação as tarifas das distribuidoras poderão ser reduzidas em média de 18,11% para 14,70%.

Para 2023, o efeito será o contrário. A redução média de 17,40% projetada para as tarifas sem o empréstimo ficará menor: 8,26%. Já em 2024, o aumento que seria em média de 9,05% pode chegar a 8,61%.

Para chegar a esses números, a empresa adotou como premissas a liberação da empréstimo a partir de 1º março, taxa de juros de 15% ao ano (Taxa Selic + Spread), a eventual contratação dos R$ 10,8 bilhões previstos nas duas tranches, prazo de carência de dez meses e amortização do empréstimo em 24 meses.

Simulação feita pela Thymos Energia e divulgada pela Agência CanalEnergia estima que o impacto tarifário esse ano pode resultar em redução em torno de 5,5%. O cálculo também considerou o valor de quase R$ 11 bilhões (primeira tranche), mas com prazo maior de pagamento da operação de crédito.

A proposta da Agência Nacional de Energia Elétrica com as condições do empréstimo ficou em consulta pública entre 4 e 13 de fevereiro e está com as contribuições em processo de consolidação.

A TR lembrou em nota que a alta esperada para as tarifas em 2022 tem como principal causa a geração termelétrica, o aumento dos custos da Conta de Desenvolvimento Energético e do serviço de distribuição. Se o orçamento da CDE ficar na casa dos R$ 28 bilhões, como previsto pela Aneel, afirma a empresa, a tarifa pode subir em média 4,3 pontos percentuais.

A redução tarifária projetada pela TR para o ano que vem é atribuída às revisões tarifarias de 19 distribuidoras. A empresa também considera fatores como a descotização da energia das usinas da Eletrobras a partir de 2023, predominância pela não adesão das usinas do Proinfa à prorrogação dos contratos, a manutenção dos termos do Anexo C do contrato de Itaipu, redução da geração térmica e expectativas macroeconômicas apontadas pelo Banco Central no relatório Focus do último dia 11 de fevereiro.