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Em entrevista coletiva à imprensa realizada nesta quinta-feira, 17 de fevereiro, o CEO da EDP, Miguel Stilwell, revelou que a empresa já tem uma equipe que analisa potenciais locais para projetos de parque eólicos offshore visando licenciamento futuro. De acordo com o executivo, apesar do mercado eólico offshore brasileiro ainda não existir, a empresa quer estar pronta caso ele se desenvolva. “Já temos identificado alguns sites, mas é uma coisa bastante embrionária no momento”, explica. No fim de janeiro, o governo brasileiro publicou um decreto que dava as diretrizes para a geração de energia em alto mar.

A EDP vai desenvolver na Escócia um parque eólico offshore de 1.000 MW através da Ocean Wind, joint venture com a Engie. A Ocean Wind tem 1,5 GW de capacidade operacional bruta .O Reino Unido é um dos maiores mercados de eólicas offshore no mundo.  Segundo Stilwell, a EDP deve investir € 15 bilhões até 2030 na região, de modo a reforçar a liderança na fonte.

Na Espanha, a intenção do CEO é manter a posição estratégica de segunda maior geradora. A empresa inaugurou o primeiro parque eólico na Grécia, com a meta de chegar a 500 MW e € 500 milhões investidos, enquanto na Itália já são 200 MW em eólicas para 2022 e 2023, com investimentos de € 300 milhões, sendo um dos cinco maiores produtores de eólica do país. Na França, são 550 MW em operação e o planejamento é que até 2025 sejam gastos € 500 milhões “Temos uma presença forte em várias geografias europeias”, observa.

A aquisição da Sunseap Capacity trouxe para a EDP presença em nove países asiáticos. A meta é ter 20 GW renovável até 2025. Nos próximos dois anos, o crescimento médio deve ser de 3,5 GW. Em 2021, a adição de 2,6 GW foi recorde. O executivo revelou que há muitos desafios e citou o aumento nos preços de placas e turbinas eólicas, mas já vê estabilidade nos valores.

Na região Ibéria, já são cinco milhões de medidores inteligentes, sendo quatro milhões em Portugal e um milhão na Espanha.

Sobre o mercado brasileiro, o membro do conselho de administração Miguel Setas destacou o lucro líquido recorde de R$ 2,1 bilhões no Brasil em 2021. A avaliação é que em termos globais, 2021 foi um ano em que as metas do grupo no país foram cumpridas. Setas – que já liderou a empresa no país – também citou a compra da Celg T, que foi incorporada na última semana e agora se chama EDP Goiás. A aquisição representou um avanço significativo nos investimentos no segmento. “Nos permite reforçar a convicção que estamos em um mercado prioritário para o Grupo EDP”, observa.

A compra da transmissora goiana deve significar um incremento na atividade do grupo português nessa área. Segundo Stillwell, a região em que ficam os novos ativos é considerada de elevado potencial e o setor vem sendo alvo de muitas oportunidades de crescimento nos últimos anos. “Temos participado de vários leilões e feito pequenas aquisições de projetos em desenvolvimento”, aponta.