Relatório do Conselho Global de Energia Eólica (Gwec, na sigla em inglês) sobre oportunidades de recuperação verde a partir de empreendimentos da fonte revela um potencial de quase 20 GW de instalações adicionais de energia eólica a cada ano a partir de 2026 no Brasil, Índia, México, Filipinas e África do Sul. Os números foram projetados considerando ações que poderiam ser implementadas nos próximos cinco anos (2022 a 2026).

O documento lançado nesta quinta-feira, 17 de fevereiro, também mostra que medidas nesse sentido seriam capazes de gerar 2,23 milhões de empregos  nos cinco países, ao longo de uma vida útil de 25 anos de projetos eólicos. Seria ainda possível evitar nesse período a emissão de 714 milhões de toneladas métricas de CO2.

Em torno de um quarto dos empregos verdes projetados (575 mil) poderiam ser criados no Brasil por parques eólicos, com a adoção de uma abordagem de negócios diferente da tradicional. Haveria oportunidade também de gerar US$ 8 bilhões adicionais de valor adicionado bruto (VAB) à economia no cenário de recuperação verde, aponta o GWEC.

Em termos de redução de emissões de carbono na atmosfera, o número projetado é 40% menor entre 2022 e 2026, o que ajudaria o cumprimento das metas  brasileiras de emissão zero. Outro ponto destacado no documento é que acelerar investimentos na fonte pode fortalece a resiliência de sistema elétrico.

O estudo foi divulgado pelo conselho na semana em que ministros da Economia e presidentes de Bancos Centrais do G20, grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo, discutem finanças sustentáveis em Jacarta, Indonésia. Segundo nota do GWEC, o trabalho “deve servir como um apelo para que as economias emergentes ajam coletivamente na aceleração das energias renováveis para impulsionar o crescimento.”

O CEO do conselho, Ben Backwell, destacou que é preciso haver compromissos políticos, investimento na expansão da rede e infraestrutura de transmissão, além da simplificação do licenciamento para projetos de energia renovável nessas economias emergentes.

“A hora de agir é agora e os governos precisam usar fóruns como o G20 para transformar promessas, metas e ambições em intervenções decisivas que fornecem as bases para as comunidades locais e o setor privado tornarem a transição energética uma realidade”, reforçou o executivo, na nota divulgada pela entidade.