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O Bank Of America divulgou um relatório onde aponta que a fonte solar deve entregar os melhores retornos no Brasil entre as fontes renováveis. A instituição financeira aponta que a competição esperada pelo crescimento do setor de geração no Brasil exige diferenciação entre as fontes e elegeu a solar como a preferencial por conta da possibilidade de queda do capex que pode cair 50% nos próximos 10 anos ante os 4% estimados em eólica, há ainda gargalos em transmissão que não estão acompanhando a expansão da geração por meio dos ventos.
“Em nossas estimativas, a Solar poderia oferecer mais de 110 base points (bp) de TIR ante a eólica nos próximos 10 anos, enquanto as tendências de longo prazo podem ampliar ainda mais a lacuna, impulsionada principalmente pela tecnologia associada à redução de capex e O&M da cadeia de suprimentos”, afirma o Bofa.
Além do investimento a questão da operação e manutenção tem como ponto de destaque a expansão considerada robusta na cadeia de suprimentos que, provavelmente, deve ser traduzida em manutenção mais rápida e barata. É estimada uma redução de 26% até 2030 para a solar na comparação com a eólica, segundo cálculos do banco.
E ainda, entre os pontos que o Bofa toma como base cita a produção de energia. Apesar de reconhecer que os dados históricos são relativamente limitados, afirma que a produção solar tem sido mais consistente para níveis certificados (P90/P50) na comparação com eólica. A quinta razão pela qual destaca a solar é o custo de capital, argumenta que pode oferecer maior potencial de VPL devido ao spread IRR/WACC.
Contudo, destaca ainda que é necessário saber as principais tendências do setor. Nesse sentido, indica que o LCOE, o custo nivelado de energia, para energia solar e eólica, incluindo análises de sensibilidade está em R$ 194/MWh para energia solar, mas com expectativa de redução de 21% em 10 anos.
Em geral, o banco relata que os investimentos potenciais em renováveis no país são de R$ 190 bilhões nos próximos 10 anos, Contudo, acredita que dificilmente todos sairão do papel. Isso porque é o equivalente à um novo Brasil com 70 GW médios. E ainda, porque com mais concorrência os retornos são reduzidos.
“Embora não esperemos mais retornos estelares em energias renováveis, ainda vemos espaço para TIRs atraentes (spread de ~320bp vs rendimentos de títulos). Em nossa opinião, 2 combinações podem oferecer retornos acima da média. O primeiro é a capacidade solar vendida para clientes de médio porte e o segundo a geração distribuída, embora incorporando riscos maiores”, apontou o relatório.
O Bofa indica ainda que um prêmio de energia renovável de longo prazo justo é da ordem de R$ 50/MWh. Atualmente calcula que os PPAs de fontes renováveis estão com um valor na ordem de R$ 42/MWh em relação às fontes hídricas desde 2018, com desconto na transmissão e ingresso no mercado livre.
Nos riscos para os investidores está o excesso de oferta. A instituição avalia que, “normalmente, retornos pouco atraentes tendem a desacelerar os investimentos. No entanto, esperamos que as energias renováveis greenfield mantenham um ritmo acelerado, intensificando o excesso de oferta atual e pressionando os preços da energia. Por quê? Novas renováveis têm prazo difícil para entrar em operação para se beneficiarem do desconto de transmissão de 30 anos”.
E destaca que a geração de energias renováveis é um dos temas mais em evidência no mundo. Isso por conta dos compromissos cada vez maiores com a descarbonização. A atratividade do segmento tem sido apoiada pela melhoria tecnológica reduzindo custos e incentivos governamentais.
Em geral, afirma que ainda há potencial de VPL em renováveis. “Estimamos que projetos de energias renováveis poderiam render cerca de 10% de TIR real ao vender sua capacidade a R$ 177/MWh, o que poderia pressionar os preços de energia convencional, por exemplo, hidrelétrica”, afirma. E acrescenta que vê dois fatores principais apoiando os retornos em energias renováveis. O primeiro é a regulação sobre como os compradores de energia podem ter incentivos para pagar o prêmio indicado acima e o segundo trata de como se espera que os custos de construção e manutenção manter as tendências de queda.