O consumo de energia elétrica chegou a 42.487GWh em janeiro, mostrando leve retração de 0,1% na comparação anual. Este é o segundo maior valor para o mês em toda a série histórica feita pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), desde 2004. O valor perde apenas para janeiro do ano passado. De acordo com o boletim, a demanda por eletricidade segue se recuperando entre os comércios e demonstra expansão marginal na indústria, que acabaram anulando a retração registrada no consumo das residências.
No segmento industrial o avanço foi de 0,7% no mês em comparação em relação a igual período do ano anterior, configurando o maior consumo para o mês desde 2014, com 14.732GWh. As regiões Norte, Centro-Oeste e Sul aumentaram seus consumos em 4,5%, 3,6%, 2,8%, respectivamente. No Nordeste e Sudeste o sentido foi contrário, caíram 0,8% e 0,6%. Entre os estados Alagoas se destaca com a maior taxa, de 63,5%, ainda pelo efeito estatístico da gradativa retomada no início de 2021 da produção de cloro-soda naquele estado.
Seis dos dez segmentos mais eletrointensivos da indústria elevaram suas demandas, liderados por produtos alimentícios e químicos, com destaque para cloro-soda também na Bahia. Já os setores têxtil e automotivo registraram as maiores quedas. A indústria automobilística, que ainda se ressente da escassez de componentes eletrônicos, também sofreu com os impactos da pandemia e avanço da variante Ômicron.
A demanda nos comércios atingiu 8.020 GWh em janeiro, crescendo 7,3% na comparação anual. O setor de serviços continua em expansão, contribuindo para o desempenho da classe, com destaque ao setor de tecnologia da informação, transporte e de serviços prestados às famílias, em especial alojamento e alimentação e turismo.
Na análise regional o Sul liderou a expansão com 13,2%, seguido pelo Norte, com 10,2%, Centro-Oeste, 8,4%, Sudeste 5,8% e Nordeste com 4,5%. Entre as Unidades da Federação as maiores taxas foram de 28,9% no Espírito Santo, 27,5% no Amazonas, 22,2% em Minas Gerais e 20,1% no Ceará. Em contrapartida Acre, Rio de Janeiro e Maranhão foram os únicos que apontaram queda do consumo, variando 1,7%, 1% e 0,9%.
Já o consumo no segmento residencial caiu 3,9% no mês, ficando em 13.064 GWh. Essa é a quarta queda consecutiva no índice, atribuída a temperaturas mais amenas e grande volume de chuvas em boa parte do Brasil refletindo no comportamento nas residências. O Sudeste teve a maior retração, com 8,7%, seguido pela região Nordeste, 2,6%, e o Centro-Oeste, com 1,7%. Enquanto isso Norte e Sul tiveram acréscimos de 6% e 3,6%.
As maiores quedas ocorreram nos estados do Rio de Janeiro, Amapá, São Paulo e Bahia. No Rio de Janeiro e em São Paulo, as temperaturas abaixo da média e um maior volume de chuvas no mês contribuíram para a redução do consumo nos estados. Outro impacto é o da enchente no Sul da Bahia provocada pelas fortes chuvas de dezembro. Já as maiores taxas de consumo foram registradas em Rondônia, Amazonas e Roraima.
Quanto aos ambientes de contratação, o mercado livre apresentou alta de 4,2% no consumo no mês, enquanto a demanda por energia entre as tradicionais distribuidoras retraiu 2,6%.