A Agência Internacional de Energia divulgará na próxima quinta-feira, 3 de março, um plano com dez pontos sobre como os países europeus podem reduzir sua dependência do fornecimento de gás russo até o próximo inverno. Essa situação foi discutida em reunião extraordinária do conselho da AIE no dia 1º de março, em âmbito ministerial.  Os membros apontaram que a Europa precisa de novos fornecedores de gás natural em substituição ao combustível russo, inclusive via GNL, continuando a buscar uma aceleração bem gerenciada das transições de energia limpa.

A reunião foi presidida pela Secretária de Energia dos EUA, Jennifer Granholm. Os 31 países membros do Conselho de Administração da agência concordaram em liberar 60 milhões de barris de petróleo das reservas de emergência de maneira a enviar uma mensagem única aos mercados globais de petróleo de que não haverá déficit de suprimentos como resultado da invasão da Ucrânia pela Rússia.

Os ministros expressaram solidariedade com o povo ucraniano e seu governo. Houve preocupação com os impactos na segurança energética e foi manifestado apoio às sanções impostas pela comunidade internacional. Fatih Birol, diretor executivo da AIE, se mostrou animado com a rapidez da comunidade global em dar uma resposta às ações. Ainda de acordo com ele, a segurança energética global está ameaçada ainda mais em um momento no qual a economia mundial vem se recuperando. Birol deverá receber o Ministro da Energia da Ucrânia, Herman Galushchenko, como convidado especial para a Reunião Ministerial no final do mês.

Os membros da AIE possuem estoques de emergência de 1,5 bilhão de barris. O anúncio de uma liberação inicial de 60 milhões de barris, ou 4% desses estoques, equivale a 2 milhões de barris por dia durante 30 dias. O saque coordenado é o quarto na história, desde que foi criado em 1974. As ações coletivas anteriores foram realizadas em 2011, 2005 e 1991.

A Rússia é o terceiro maior produtor de petróleo do mundo e o maior exportador. As exportações de cerca de 5 milhões de barris por dia de petróleo bruto representam cerca de 12% do comércio global. Cerca de 60% das exportações de petróleo daquele país ficam na Europa e outros 20% têm como destino a China.