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O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, Rafael Mariano Grossi, anunciou nesta sexta-feira, 4 de março, sua prontidão para viajar para a Usina Nuclear de Chernobyl para garantir o compromisso com a segurança de todas as centrais nucleares da Ucrânia das partes do conflito no país. O país invadido informou à AIEA que as forças russas assumiram o controle da Usina Nuclear de Zaporizhzhia, mas que a planta continuou a ser operada pela equipe regular e não houve liberação de material radioativo. Os ucranianos informaram à AIEA que um projétil durante a noite atingiu um prédio de treinamento nas proximidades de uma das unidades do reator da termelétrica, causando um incêndio localizado que foi posteriormente controlado.
Grossi delineou sete pilares indispensáveis de segurança e proteção nuclear em uma reunião do Conselho de Governadores da AIEA em 2 de março. Hoje ele alertou que vários deles já haviam sido colocados em risco durante eventos na usina de Zaporizhhzhya. Dentre esses pilares estão a manutenção da integridade física de reatores, tanques de combustível ou depósitos de resíduos radioativos; o pleno funcionamento dos sistemas e equipamentos de segurança e proteção; o fornecimento seguro de energia externa da rede para todas as instalações nucleares; sistemas eficazes de monitoramento de radiação dentro e fora do local e medidas de preparação e resposta a emergências; além de comunicações confiáveis com o regulador.
A AIEA é a agência internacional autorizada capaz de fornecer a assistência técnica adequada para ajudar a garantir a operação segura das instalações nucleares. Nessas condições, o diretor-geral disse que a Agência precisava do compromisso de todos os atores para que pudesse fornecer o apoio técnico na Ucrânia. Para Grossi, a logística para a viagem é difícil, mas não impossível. Ele pede um compromisso que permita fornecer o amparo técnico.
Os sistemas de segurança dos seis reatores da usina não foram afetados e não houve liberação de material radioativo. Os sistemas de monitoramento de radiação no local são totalmente funcionais. No entanto, o operador informou que a situação continua muito desafiadora e, portanto, ainda não foi possível acessar todo o local para avaliar se todos os sistemas de segurança estão totalmente funcionais. Para Grossi, é hora de impedir que um conflito armado coloque as instalações nucleares e a segurança das pessoas em sério risco, além do meio ambiente na Ucrânia e outros países.
O diretor-geral disse que continua seriamente preocupado com a situação na maior usina dessa categoria da Ucrânia. Segundo ele, a principal prioridade era garantir a segurança da usina, seu fornecimento de energia e as pessoas que a operam. Para Grossi, disparar projéteis na área de uma usina nuclear viola o princípio fundamental de que a integridade física das instalações nucleares deve ser mantida e mantida em segurança o tempo todo.
Das unidades de reatores da usina, a Unidade 1 está desligada para manutenção, as Unidades 2 e 3 passaram por um desligamento controlado, a Unidade 4 está operando com 60% de potência e as Unidades 5 e 6 estão sendo mantidas “em reserva” no modo de baixa potência. Duas pessoas foram feridas. O Centro de Incidentes e Emergências da AIEA foi colocado em modo de resposta total devido aos eventos na central nuclear de Zaporizhzhia, disse o diretor-geral Grossi. O IEC estará disponível 24 horas por dia para receber, avaliar e divulgar continuamente informações sobre os desenvolvimentos.