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A busca de mineradores por energia barata, abundante e limpa pode levar uma importante parcela dessa demanda a buscar o recurso na América Latina. Dentre os países mais atrativos nesse sentido está o Paraguai, que é reconhecidamente superavitário em energia. Com a proximidade do vencimento do Anexo C no Tratado de Itaipu, em agosto de 2023, o Brasil poderá ter consequências negativas com esse processo.

Essa é a avaliação da PSR que abordou o tema criptomoedas e os mercados de energia em sua edição mais recente da publicação mensal Energy Report, de fevereiro. Segundo a empresa, o Paraguai é o país com o menor custo total em 5 anos normalizado na região. O mais caro é o Uruguai, depois o Brasil e o Chile.

“Essa vantagem competitiva paraguaia pode ser uma grande oportunidade a ser explorada por aquele país, e com consequências potencialmente negativas para o Brasil, maior comprador da energia elétrica do excedente de Itaipu”, alerta a PSR.

A busca por energia em outras regiões do planeta tem sido um tema polêmico, relata a consultoria. Tanto que até junho de 2021, muitos mineradores estavam na China, aproveitando nas estações de cheia a energia das hidroelétricas de Sichuan e na seca recorriam à geração a carvão da Mongólia interior.

Contudo, a partir de julho do ano passado, o governo chinês proibiu definitivamente as atividades de mineradores no país justificando que essa atividade não ajudava a China a atingir suas metas de emissões de CO2. Essa situação, destacou a PSR, levou esses grandes consumidores a reavaliar para onde iriam no mundo, agora também preocupados com a política ambiental dos países candidatos.

Nesse sentido veio o olhar para a América Latina devido a fatores como energia limpa e barata e a relativa estabilidade da região. “Um fator de ‘desempate’ na atratividade dos países é a carga tributária na importação das máquinas”, acrescenta.

Essa busca por energia barata tem como objetivo aumentar o lucro dos mineradores, pois esse dado de consumo anual para a atividade, para efeitos de comparação, equivalente à demanda de energia da Argentina. A estimativa é que no ano passado o consumo total de mineradores de bitcoin somou mais de 120 TWh. Já o Paraguai exporta para o Brasil cerca de 30 TWh por ano.

Novos horizontes

Mas, o desenvolvimento da tecnologia blockchain não está restrito apenas a essa atividade. Essa possibilidade foi estendida de uma unidade de valor para transações mais complexas, os Smart Contracts, que são contratos definidos por software e verificados com as mesmas técnicas que dão a robustez do bitcoin.

Para o mercado de eletricidade possibilita uma aplicação direta para grandes consumidores de energia, a certificação verde, em que consumidores de energia de fontes renováveis certificam a origem da sua produção, pelo menos contratualmente. Para a PSR, a tecnologia de smart contracts pode criar uma dinâmica nova na área, criando certificações algorítmicas baseadas em dados de comercialização e medição direta, verificáveis e descentralizadas além de poderem se aproximar mais de uma certificação física que associa o consumo à geração renovável de forma instantânea e não apenas contratual e volumétrica. Atendendo a assim um critério novo de certificar a simultaneidade entre geração limpa e consumo de forma horária ou até sub-horária.

Essa possibilidade foi viabilizada em 2015. Depois de alguns anos em desenvolvimento, um grupo de cientistas de computação lançou o Ethereum, uma blockchain que usava os conceitos validados pelo bitcoin, mas com uma diferença não apenas valida transações, ela é capaz de armazenar dados, inclusive programas que controlam transações. “As condições para uma transação acontecer podem estar codificadas em software e as partes envolvidas podem concordar com a regra a priori e assinar esse contrato que vai ser executado com a frieza da máquina, e sem depender de nenhuma confiança prévia”.

(Nota da redação: texto alterado às 12:22 horas do dia 9 de março de 2022 para a inclusão de dados)