Cerca de 32 mil famílias seguem sem energia elétrica há quatro dias no Rio Grande do Sul. As equipes da CEEE Equatorial e RGE têm encontrado muitas dificuldades para reorganizar a rede elétrica gaúcha após sucessivos temporais em parte do estado desde o último domingo, 6 de março, além da comunicação com seus clientes.

Nesta manhã quase 47 mil pontos amanheceram sem luz no estado, sendo 45 mil por parte do Grupo Equatorial. Na última atualização, às 14 horas, a companhia disse que aumentou em 75% o efetivo para os trabalhos de recomposição do sistema, passando de 170 para mais de 300 equipes mobilizadas 24h por dia. Já a RGE informou ao meio dia que trabalha no “atendimento a pontos isolados, sem volume de clientes desligados”.

Instituições como o Ministério Público do Estado, Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos (Agergs) e Procon se manifestaram sobre as ocorrências. O MP afirmou perceber uma elevação no número de reclamações por causa da queda de energia, estimando aumento de 40% no período correspondente de um ano para cá, apesar de não trabalhar com um número exato.

Pelo menos 370 mil pontos chegaram ficar sem energia elétrica no estado desde o último domingo (CEEE Equatorial)

Dois pontos principais estão sendo verificados: a demora para o restabelecimento do serviço e a comunicação da CEEE Equatorial com seus clientes, que reclamam do atendimento pelos canais oficiais. Outra averiguação é se houve redução nas equipes que atendem no setor de reclamações. Nesta quinta-feira, 10 de março, a Defensoria Pública irá se reunir com advogados da empresa no intuito de buscar soluções para o problema.

A Agergs informou a abertura de investigação extraordinária do evento e que poderá aplicar penalidades ao fim do processo, já que possui um convênio com a Aneel à nível regional. Para o presidente da entidade, Luiz Afonso Senna, surpreende a lenta resposta que a concessionária dá aos consumidores, mais devagar do que antes da privatização da distribuidora gaúcha.

“Há empresas que foram competentes no processo de transição para capitalização, outras não. Mas se a fiscalização for competente para cobrar e multar, a empresa privada se adapta rapidamente”, comentou o dirigente em entrevista à Rádio Gaúcha.

Por sua vez o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) de Porto Alegre abriu investigação preliminar para apurar possíveis infrações ao Código de Defesa de Consumidor (CDC), tendo notificado a companhia por falhas na prestação do serviço a moradores da Região Metropolitana de Porto Alegre. A multa poderá ser de R$ 800 até R$ 14 milhões, apurada a extensão do dano e a capacidade financeira do infrator.