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Lançado em setembro do ano passado e já com 30 mil consumidores inscritos, o Energia de Todos – unidade de negócios do Grupo Cartão de Todos para Geração Distribuída Compartilhada – quer terminar 2022 com 138 mil clientes. Para atingir essa meta, serão necessários cerca de 120 usinas de GD de 1 MW, que demandarão investimentos de pelo mesno R$ 80 milhões. Em entrevista à Agência CanalEnergia, o CEO e cofundador do Energia de Todos, Luís Fernando Paroli, destacou o crescimento que a GD solar teve no Brasil nos últimos anos e a intenção da empresa, aliada a capilaridade do Cartão de Todos, em popularizar os benefícios econômicos e ambientais da GD que normalmente estavam restritos as classes mais abastadas . “O que nós queremos fazer é também levar os benefícios da energia solar para as pessoas da classe C e D aproveitando essa oportunidade de mercado”, explica.

O Cartão de Todos oferece a intermediação de descontos entre os usuários e as empresas parceiras. A adesão dá direito a descontos em mais de 270 clínicas parceiras, permitindo o acesso da população à saúde primária, além de oferecer descontos em atividades de educação e lazer. Desde 2021, a empresa ampliou o modelo de descontos para outras áreas, para acesso a outros itens essenciais como serviços financeiros, telefonia, gás de cozinha.

Há uma parceria estratégica com a Solatio. No momento, o Energia de Todos está disponível apenas em Minas Gerais, mas a intenção é ainda este ano ultrapassar a fronteira para outros estados. Para aderir, não é necessário ser usuário do Cartão de Todos. O desconto prometido na conta de energia é de 10%, porém os associados do Cartão ganham mais 5% de desconto em cashback no aplicativo , somando 15%. A quantidade de energia solar injetada é indicada na conta como “energia injetada”, integrante da parte de “outras taxas” da conta. O valor correspondente ao consumo da energia solar provida pela Energia de Todos é cobrado em boleto adicional, onde constam os custos de produção da energia solar injetada acrescido dos impostos usuais da operação e já com desconto de 10%.

De acordo com Paroli, GD não é algo fácil de se explicar, uma vez que modelo atual do setor cria uma relação forte entre a distribuidora e o cliente. “É uma mudança de mercado e existe sim uma inércia, desconfiança das pessoas”, admite. Porém essa dúvida é mitigada pela força do Cartão de Todos, consolidado no país como plataforma de benefícios na saúde. “As pessoas têm uma relação muito forte com o cartão, já de confiança. Então quando chega para a pessoa e fala o Cartão de Todos está te oferecendo um novo benefício isso faz toda a diferença”, comenta.

O foco nas classes C e D é considerado o diferencial do Energia de Todos. A GD inicialmente não alcançava esse púbico, devido aos custos de instalação de um sistema, mas a modalidade compartilhada permitiu isso. Para o CEO da empresa, esse público é o que tem mais dificuldade em pagar contas e o que mais sofre com alta das tarifas de energia. O modelo de GD compartilhado permite a adesão sem gastos com instalação.

Ainda segundo o executivo, que tem passagens por grandes empresas do setor, como Furnas e Light, a aceitação tem sido boa, já que mesmo aqueles que não são usuários do Cartão aderiram ao Energia de Todos, mas que já tiveram ou conheciam alguém que possui o cartão. “É uma simbiose muito grande entre o que acontece no Energia de todos e no Cartão de todos. Trazemos clientes para eles e eles abrem muitas portas para a gente. Essa sinergia é muito é muito boa e os resultados surpreendem”. comemora.

A complexidade do setor é vista como um dos desafios na visão de Paroli. A cultura de comprar energia apenas distribuidora ainda causa desconfiança. Segundo Paroli, o rápido crescimento de uma empresa de GD também traz desafios para a empresa, já que é preciso preparação para absorver o próprio incremento. “É preciso [a empresa] se estruturar muito rapidamente para que tenha resultados. Não posso ser uma empresa que cresce e depois não gera resultados”, adverte. O projeto foi desenvolvido como um dos serviços essenciais ofertados com desconto para filiados do Cartão, dentre os quais estão telefonia, gás e farmácia. Agora já é uma unidade empresarial do grupo.

Outro desafio que o executivo enumera e quer suplantar logo é o de expandir o negócio para outros estados com a mesma excelência apresentada em Minas Gerais. A energia solar é amplamente explorada no estado e as regras mineiras são consideradas as mais incentivadoras da GD no país.

O novo Marco da GD foi considerado inteligente por Paroli, que vê a abertura de uma janela de oportunidades que vão da diversificação para grandes, médios e pequenos investidores na fonte solar até a geração de emprego e renda. Para ele, houve uma correlação de forças que garantiu a viabilidade de todos os atores envolvidos. “Acabamos chegando no modelo que foi equilibrado para todas as partes”, relata.