Foi realizado nesta terça-feira, 15 de março, pelo Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia o pré- lançamento do E-Hub, nova estrutura tecnológica para negociação em diferentes mercados. De acordo com Carlos Ratto, presidente do BBCE, o projeto vai além do aspecto tecnológico, trazendo um modelo de negócio em plataforma, mas com um ecossistema capaz de permitir o desenvolvimento de novos serviços e que serviços de terceiros sejam adicionados na solução. “É muito mais do que um projeto de tecnologia. Tem um alinhamento muito grande com o nosso modelo de negócio com aquilo que a BBCE já é hoje e quer ser no futuro”, explica. A expectativa é que o EHub seja lançado no fim do primeiro semestre deste ano. O investimento não foi revelado, mas o executivo conta que foi usado o que há de mais avançado no mercado, seguindo modelos como da AWS.
Segundo o presidente do BBCE, o-Ehub traz um conceito de inovação aberta, em que será possível também receber a contribuição de parceiros que tenham interesse em desenvolver produtos relacionados aos mercados em, que o balcão atua. O primeiro serviço disponível no EHub será o serviço de negociação e pós-negociação de mercado físico de energia. Ainda de acordo com Ratto, o Ehub faz parte de um ciclo que se iniciou em 2019, ao se pensar em criar algo que fosse possível escalar, crescer e explorar outros mercados, mas tanto aqueles ligados a energia como gás, etanol e certificados de energia renovável e outros mercados que ainda não estão no radar com a nova estrutura tecnológica.
A migração da plataforma está sendo feita de forma cuidadosa, uma vez que não pode ser feita apenas de uma vez. Houve um trabalho de preparação e em março terá início uma operação sombra para avaliar o comportamento da nova plataforma em relação à atual, além de um teste de estresse e performance. “O trabalho continua até que a gente realmente faça essa virada completa de chave”, avisa Ratto.
Para os clientes, a tecnologia vem mais moderna e adotada ao mercado para lidar com altos volumes e performance crescente. Ratto lembra que o BBCE teve um 2021 de recordes de negociação, com 212 TWh e que a perspectiva é de mais aumento. “Essa plataforma está preparada para esse crescimento”, relata. Outra vantagem destacada é chance do trader ter a sua tela de negociação no formato que ele quiser, com vários widgets customizando o ambiente, possibilitando atuar com mais informação. O E Hub também traz novidades e flexibilidades para otimizar a gestão de limite de crédito pelas contrapartes.
De acordo com o executivo, foi necessária uma forte interação com clientes para que o desenvolvimento do projeto fosse exitoso. Foram realizadas rodadas de apresentações com boa aceitação entre eles. A possibilidade de construção da tela foi elogiada, completa. Após o pré-lançamento mais clientes terão acesso ao EHub para novos testes e interações. Agora começa uma interação muito mais próxima dos clientes. “A gente começa a expandir para outros clientes também que operam nesse mercado”, diz.
A construção do novo ambiente ao mesmo tempo que o antigo deveria estar em pleno funcionamento foi considerado o maior desafio para o presidente do BBCE. Segundo Ratto, a plataforma antiga sofria de instabilidades que eram motivos de queixas de usuários, mas que foram sanadas no último ano. Foi atingido um alto índice de estabilidade, capaz de atender o volume crescente de negociações. Ao mesmo tempo, o EHub era concebido com direcionamento para atuar no futuro do BBCE. “Os maiores desafios com certeza foram lidar com os dois sistemas. O legado e o novo ao mesmo tempo e poder realmente atender o mercado e continuar focado também no novo sistema “, revela.