O novo empréstimo de R$ 5,3 bilhões, que será usado para cobertura do custo adicional da escassez hídrica no setor elétrico, é uma medida adequada para permitir que os consumidores possam enfrentar de maneira menos traumática os impactos tarifários da crise. A avaliação foi feita pelo presidente da Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica, Marcos Madureira, após a aprovação pela Aneel das condições e do valor da operação de crédito que está sendo negociada pelo governo com um pool de bancos.

“As distribuidoras participaram efetuando todos os pagamentos e os custos dessa energia. E tiveram um déficit que chegou a atingir no mês de novembro [valor]da ordem de R$ 12,3 bilhões”, disse Madureira nesta terça-feira, 15 de março. O executivo da Abradee explicou que a parcela que será liberada como financiamento visa a cobrir um saldo negativo ainda existente na totalidade de custos de 2021 e do início de 2022, com projeções para o mês de abril.

Para o presidente da associação, as medidas de enfrentamento da crise permitiram ter a tranquilidade de que não haveria problemas no fornecimento de energia elétrica para a população. Com as chuvas do fim do ano passado e do início desse ano o cenário mudou e foi possível reduzir o despacho de usinas térmicas, mas ainda assim o custo foi muito elevado.

A parcela do empréstimo aprovada pela Aneel poderá ser usada para a cobertura do déficit estimado da Conta Bandeiras em abril, da importação de energia em julho e agosto do ano passado, das despesas com o pagamento de bônus ao consumidor que reduziu o consumo de setembro a dezembro e diferimentos aplicados nos processos tarifários anteriores à liberação dos recursos, o que inclui reajustes e revisões de 2022.

Existe ainda a possibilidade de que uma segunda parcela do empréstimo seja aprovada pela Aneel até maio. O valor de R$ 5,2 bilhões poderá ser usado para cobrir os custos fixos de usinas termelétricas que venderam energia no leilão com regras simplificadas, realizado no ano passado.