Desenvolvendo estudos para projetos de eólicas offshore em áreas dos estados do Rio de Janeiro, Ceará e Rio Grande do Sul, a Neoenergia analisa com otimismo os passos que a fonte vem dando no Brasil. Em coletiva a jornalistas nesta quarta-feira, 16 de março, o CEO da empresa, Mario Ruiz-Tagle, vê a fonte no Brasil em um bom caminho. Em janeiro, o governo publicou um decreto com as diretrizes da fonte eólica offshore. De acordo com Ruiz-Tagle, a fonte deve experimentar uma velocidade de consolidação melhor que a registada com a onshore, que deslanchou cinco anos após o Proinfa. “Tenho bastante otimismo com o desenvolvimento da energia eólica offshore. Há um bom ambiente tanto no regulador, quanto no ministério e na EPE para encontrar caminhos e soluções para viabilizar esta energia”, afirma. Ele acredita que de três a cinco anos haverá um primeiro projeto piloto.

A Iberdrola, controladora da Neoenergia, vai implantar um complexo eólico offshore no mar do Norte, na Grã-Bretanha. O complexo terá 3,1 GW de potência. Ruiz-Tagle vê uma série de condições melhores no Brasil que na Europa, onde a fonte já é consolidada e a empresa já opera eólicas em alto mar. Alguns fatores se destacam: grandes extensões de plataforma continentais para poder desenvolver energia, indústria de óleo e gás muito forte e um alto grade volume de produção, por conta do volume nas costas de vários estados como Ceará, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.

O executivo conta que os estudos atuais são para sistemas de medições do vento em superfície, além de batimetrias na superfície marinha para analisar as características do solo. Há ainda estudos sobre o licenciamento ambiental, considerado um dos pontos mais sensíveis. “A fase é muito preliminar, porque estamos trabalhando conjuntamente com autoridades o desenvolvimento da regulação”. ressalta. Na Europa, a resistência a offshore menor que na onshore, por conta da limitação de espaço e impacto visual. Ainda no velho continente, o impacto na indústria da pesca e os pescadores é outro fator de atenção, o que faz Ruiz-Tagle alertar sobre a importância do viés social.

A empresa tem um projeto piloto na Termopernambuco, além de também já ter fechado parcerias com o estado do Ceará para mobilidade, além de ter iniciado conversas com o Rio Grande do Sul e Bahia. “Entendemos que países como o Brasil, onde a mobilidade terrestre ainda é feita através de transporte terrestre queimando óleo diesel, o H2 verde tem grande oportunidade ,além do desenvolvimento das indústrias”, avisa.

Empréstimo – O socorro bilionário às distribuidoras aprovado ontem pela Agência Nacional de Energia Elétrica, foi classificado pelo CEO da Neoenergia como importante e um sinal suficiente para olhar para frente em uma situação de maior tranquilidade. Ainda segundo ele, não é um empréstimo para as concessionárias e sim para pagar a cadeia do setor elétrico, trazendo segurança jurídica. para investimentos no futuro.