O consumo de energia elétrica no Brasil registrou aumento de 1% em fevereiro em relação ao mesmo período do ano passado, segundo informações preliminares do Boletim InfoMercado Quinzenal da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE. O país demandou 68.430 megawatts médios, impactado pela maior participação do mercado livre, que teve alta 4,7%, com 23.496 MW médios. No mercado regulado foram consumidos 44.934 MW médios, redução de 1%.
Desconsiderando a migração de cargas dos últimos 12 meses entre esses dois ambientes, o avanço do mercado livre seria menor, de 1%. Já no regulado, ao invés de recuo, teríamos um crescimento de 0,9% frente ao mesmo período do ano passado.
Além do impacto de novos consumidores, a CCEE também monitora o efeito da geração distribuída no ambiente regulado. São painéis solares instalados em residências e empresas, reduzindo a demanda do Sistema Interligado Nacional (SIN). Se não houvesse esse tipo de segmento, haveria um crescimento de 0,4% nesse mercado.
Desconsiderando a migração de cargas, as maiores altas de compras no mercado livre foram registradas nos setores de serviços, madeira, papel e celulose e químicos, com 14%, 8,1% e 5,9% respectivamente. Já os segmentos que mais recuaram na demanda foram a indústria têxtil, bebidas e extração de minerais metálicos, com 5,4%, 4,8% e 4,1%.
Consumo regional
Na análise regional, Tocantins e Mato Grosso do Sul registraram as maiores altas em fevereiro, ambos com avanço de 8%. Depois aparece Mato Grosso, com 7%. As maiores baixas foram registradas no Rio Grande do Norte, de 4%, e nos estados de Minas Gerais, Pará e Rio de Janeiro, cada um com redução de 2%.
Geração hidrelétrica sobe e de UTEs caem 35%
Pelo segundo mês consecutivo as hidrelétricas aumentaram sua representatividade na geração de energia, entregando ao SIN 6,1% mais energia em relação ao mesmo período do ano passado, resultado do cenário hidrológico relativamente mais favorável nos últimos meses. A situação refletiu em uma menor necessidade das térmicas, que recuaram 35% no comparativo anual. O cenário positivo para geração solar e eólica resultou em aumentos de 99,4% e 25,8%, respectivamente.