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Um relatório da consultoria Wood Mackenzie conclui que é necessário dobrar os planos para que no Net Zero 2050 possa realmente ser alcançado no cenário de limitar o avanço da temperatura a 1,5 graus Celsius nesse período. A publicação, Accelerated Energy Transition (AET), aponta que ao longo do último ano, a forte recuperação da demanda e a falta de investimento na oferta fizeram com que os preços subissem em todos os setores. E ainda, que a segurança energética e as tensões geopolíticas adicionaram uma incerteza sem precedentes aos mercados em todo o mundo ao mesmo tempo em que empresas ainda enfrentam o desafio de limitar o aquecimento.

São necessários cerca de US$ 60 trilhões em investimentos de capex para chegar a zero líquido até 2050 em tecnologias e infraestrutura de baixo carbono, commodities de mineração e combustíveis fósseis abatidos.

Na análise da Wood Mac, para permanecer no curso, os países e empresas mais expostos aos mercados globais de commodities precisam dobrar os planos de descarbonização por meio da eletrificação e de outras tecnologias emergentes. A empresa destaca que a política deve ser voltada para o crescimento renovável e o investimento em infraestrutura de rede.

O estudo indica que é esperado que a eletrificação domine o segmento com o fornecimento de 48% do consumo mundial de energia apoiado pela rápida implantação de energia eólica e solar, que representará 61% de um mercado de energia significativamente maior em todo o mundo até 2050. Enquanto isso, a participação dos hidrocarbonetos na demanda de energia cai para 43% em 2050 em comparação com 89% hoje. A demanda por carvão e petróleo deverá diminuir em quase dois terços durante este período. Enquanto o uso do gás natural seja resiliente, caindo cerca de 26%, apoiado pela produção de hidrogênio azul e adoção de captura e armazenamento de carbono (CCS) no setor de energia.

Um dos destaques no processo de alcance dessas metas é a do aumento da mobilidade elétrica. A empresa estima que o estoque global de veículos elétricos aumente para cerca de 1,7 bilhão de veículos até 2050. Esse fato exigirá investimentos substanciais em infraestrutura de carregamento que pode chegar a 1 bilhão de unidades. Enquanto isso, sugere que os preços das baterias continuarão caindo à medida que os suportes regulatórios crescem e as tecnologias avançam.

Contudo alerta ser necessário um crescimento sem precedentes no fornecimento de matérias-primas para sustentar a eletrificação do setor de transporte. Os custos dos metais suportarão grandes ciclos de preços à medida que a demanda aumenta e os custos mais altos de carbono são incorporados à produção. E avalia que os usuários finais precisarão ser cautelosos com a volatilidade dos preços de curto prazo desses insumos para baterias causada por desconexão entre oferta e demanda ou outras interrupções.

Para a consultoria, pequenos reatores nucleares modulares (SMR), bioenergia, armazenamento geotérmico e em baterias também desempenham papéis importantes à medida que o mundo se aproxima do cenário de temperaturas 1,5 grau mais elevada no cenário de 2050. E diz que essa geração despachável de baixo carbono se torna crítica devido à maior penetração eólica e solar.

E aponta que o setor de energia responderá por uma parte considerável da demanda de hidrogênio de baixo carbono. Espera-se que China, EUA, Índia e UE-27 representem 70% da demanda global de hidrogênio até 2050. Isso significa que surge um mercado global de US$ 475 bilhões. Contudo, os preços globais do carbono precisam aumentar. As perspectivas para esse mercado melhoraram após a resolução do Artigo 6 na reunião da COP26 no ano passado e espera-se que o impulso continue, com um preço global do carbono tomando forma até 2030.

A Wood Mackenzie espera que o preço global desse produto suba na ordem de sete vezes, passando de uma média de US$ 25 por tonelada de dióxido de carbono equivalente (CO2e) que é a cotação atual para algo na casa de US$ 175/t CO2e nas economias desenvolvidas e US$ 127/t CO2e nas emergentes até 2050.