Para ficar com seu principal ativo de geração ainda em portfolio, a Copel trabalha para efetuar a venda do controle da hidrelétrica Foz do Areia no final de 2023, enquanto a alienação de sua fatia majoritária na Compagas poderá ser realizada ainda este ano, avaliou o presidente da companhia, Daniel Slaviero, durante teleconferência com analistas nessa quarta-feira, 23 de março. A estatal possui 51% das ações sobre a distribuidora de gás canalizado do Paraná, com a participação restante da japonesa Mitsui e da Gaspetro.
Quanto à UHE o executivo ressaltou que a adesão à repactuação do risco hidrológico resultou na extensão do prazo de concessão da usina, com o contrato se encerrando em dezembro de 2024. A venda do controle é uma condição para que a companhia renove a concessão e consiga mantê-la em seu portfólio, ainda que com uma participação minoritária.
“Selecionamos alguns assessores jurídicos e financeiros e as condições de valor de outorga e garantia física ainda estão sendo analisadas e calculadas pelo Ministério de Minas e Energia”, comentou Slaviero, lembrando que as regras publicadas pelo governo apontam que a alienação deve ocorrer até 12 meses antes do fim de contrato.
Hidrelétrica Foz do Areia passou por modernização das quatro turbinas em 2021 (Divulgação)
Foco em eólica e solar
Em relação as renováveis complementares, o executivo destacou os 13% da capacidade em parques eólicos e que embora não tenha presença ainda na solar a meta da empresa é alcançar 25% nessas duas formas de geração em até cinco anos. No momento a elétrica está construindo os 90 MW do parque Jandaíra (RN), que devem estar operacionais em meados desse ano.
O caminho para ampliação da matriz limpa deverá vir principalmente de ativos operacionais, em oportunidades brownfields. A análise prospectará negócios em 150 MW mínimos para eólicas e 100 MW para solares, “sem pressa e afobação pelo momento de cautela com alta dos juros, pressão no Capex, aumento no custo das commodities ou mesmo a conjuntura macroeconômica mundial”.
Ademais o executivo também falou que a Copel trabalha para fechar uma ou duas parcerias para o próximo leilão de transmissão, previsto para junho, na intenção de participar da disputa em um maior número de lotes.