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A Dome Ventures, do Grupo FCJ, inicia suas operações de investimentos e participação acionária na startup paraibana Tradenergy, focada desde 2018 em desenvolver uma tecnologia que facilite e permita uma melhor gestão e conhecimento sobre o consumo de energia de prefeituras e governos estaduais. A ideia é que todo o processo de compra, venda e consumo se tornem mais ágeis, baratos e com um maior poder de controle sobre os processos.

Em entrevista à Agência CanalEnergia, o CEO da Dome, Diogo Catão, disse que a corporate venture builder nasce com o propósito de transformar o futuro das instituições públicas no país, contribuindo com o avanço digital e inovações que tragam soluções de impactos as prefeituras e governos. Nesse caso a Tradenergy se insere num “alto potencial de escalabilidade, conseguindo replicá-la para outras regiões a evitar o desperdício de energia fornecendo um consumo inteligente”, definiu.

O processo de seleção do projeto contou com mais de 40 govtechs entre diferentes áreas, não apenas do setor de energia. Dez chegaram a fase semifinal, que resultou em três finalistas. O aporte, cujo valor não foi revelado, será destinado a uma usina solar para a startup validar seu modelo de negócio em geração distribuída e compra de crédito junto a consumidores do governo na Paraíba.

Startup conecta produtores e consumidores de energia e venceu disputa com mais de 40 govtechs de vários setores (Tradenergy)

“Não queremos caminhar com o lado tecnológico desenvolvido sem o lado de hardware, que é um mercado caro. Nesse aspecto o recurso captado com a Dome será destinado a conectar consumidores do poder público à GD”, destacou à Agência CanalEnergia o CEO e fundador da Tradenergy, Anderson Medeiros. A UFV começará a ser construída em abril, em um terreno no município do Conde (PB), com prazo de conclusão previsto para novembro.

Ele conta que a partir do controle sobre o perfil de consumo, dados e os meios de pagamentos utilizados pelos usuários, a plataforma entrega mais facilidade e inteligência na tomada de decisão sobre qual é a melhor solução em fornecimento de energia. O foco da conexão é para consumidores de até 75 kWp, limite máximo da microgeração, o que não a impede de atuar acima de 75 kWp até 300 kWp, o que irá reduzir o tamanho do desconto à medida que se avança para outras demandas, visto o aumento de impostos e investimento em infraestrutura de rede elétrica.

“Temos equipe técnica própria para mensuração de risco e acompanhamento do projeto, que será tocada por parceiros, quase uma terceirização para profissionais que tem expertise e diversas execuções de usinas até maiores”, acrescenta Medeiros, afirmando que os estudos de viabilidade têm precisão de 100% no custeio da instalação e demais despesas, numa razão sempre inferior ao que seria o pagamento nas tradicionais concessionárias.

A govtech energética fechou seu primeiro contrato B2B em fevereiro e está alinhada para prospecção dos primeiros clientes contratantes junto a órgãos governamentais, com o primeiro avanço considerável acontecendo junto a Secretaria de Educação de São Paulo, para digitalização, inovação e autoprodução de energia para as 775 escolas da rede pública.

“Depois partiremos para a contratação em si com outras prefeituras interessadas, como Recife e João Pessoa. A ideia é escalar e acelerar esse processo, virando 2023 e 2024 com mais de R$ 1 milhão em faturamento”, pontua o CEO.

Fundador e CEO Anderson Medeiros durante o WebSummit em Portugal de 2018 (Tradenergy)

A trajetória da startup começou há quatro anos em programas de aceleração e competição visando mensurar o potencial das ideias, algo padrão no mundo da inovação aberta. A participação no Web Summit Portugal 2018, um dos maiores eventos do mundo em startups, e o Slush, sobre deeptechs, deu corpo ao projeto e formalizou o negócio.

“Fomos eleita a startup de impacto entre os novatos, uma experiência esclarecedora e de muitos ganhos de amadurecimento, definido como iriamos atuar no mercado e com a possibilidade de expansão para fora do país, como em Portugal”, destaca Anderson, completando que a Tradenergy saiu no ano passado do estágio inicial para o growth em 2022, na nomenclatura do setor.

Ademais o CEO da Dome Ventures disse que o braço de investimentos seguirá avaliando novas oportunidades de soluções dentro do mundo das govtechs em diferentes frentes como segurança, alagamentos entre outros que agreguem eficiência às prefeituras e governos estaduais.

“Em energia vemos alguns potenciais como gestão de consumo e operações via eficiência energética, comercialização, mobilidade, baterias, inspeção por imagem, data analytics, mas com a premissa de complementação e não competição”, finaliza Diogo Catão.