O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é considerado como uma prévia da inflação do mês, teve alta de 0,95% em março. Ainda assim, 0,04 ponto percentual abaixo da taxa de fevereiro que foi de 0,99%. Contudo, essa foi a maior variação para o mês desde 2015 quando foi registrado o índice de 1,24%. Os dados foram divulgados na manhã desta sexta-feira, 25 de março, pelo IBGE.

O IPCA-E, que se constitui no IPCA-15 acumulado trimestralmente, ficou em 2,54% para o período de janeiro a março, acima da taxa de 2,21% registrada em igual período de 2021. Em 12 meses, o IPCA-15 acumula alta de 10,79%, acima dos 10,76% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2021, a taxa foi de 0,93%.

No grupo Habitação o índice foi de 0,53%. É nesse grupo que está energia elétrica que é apontada como uma dos maiores impactos com alta de 0,37%. Outro destaque que impulsionou foi o gás de botijão com 1,29%, ambos com 0,02 p.p. Vale lembrar que houve aumento de 16,06% no valor do gás vendido nas refinarias, ocorrido em 11 de março. No caso da energia elétrica, as variações variaram desde queda de 2,34% em Brasília a até alta de 4% em Goiânia. No Rio de Janeiro foi de 0,93% e decorre dos reajustes tarifários ocorridos nas duas concessionárias de energia pesquisadas (aumentos de 15,58% e 17,30%), ambos em vigor desde 15 de março.

Na formação do IPCA-15 o grupo Habitação contribuiu com 0,09 p.p do total de 0,95%. Alimentação e Bebidas respondeu por 0,4 p.p, Transportes por 0,15 p.p e Saúde e Cuidados Pessoais por 0,16 p.p.

Dentre as regiões que são avaliadas, Curitiba, Goiânia e Belém são as três primeiras do ranking de maior alta em março. Brasília, São Paulo e Porto Alegre, as de menor variação. Em 12 meses lideram a alta do IPCA-15: Curitiba (13,64%), Salvador (11,92%) e Goiânia (11,44%).

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 12 de fevereiro a 16 de março de 2022 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 14 de janeiro a 11 de fevereiro de 2022 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.