O Sistema FIERN e o governo do Rio Grande do Norte apresentam na próxima segunda-feira, 28 de março, a plataforma online do novo Atlas Eólico e Solar do estado. A ferramenta vai disponibilizar dados inéditos e apontados por pesquisadores como chaves para análises e atração de investimentos em usinas em terra e no mar. O anúncio acontecerá durante o Encontro em Defesa das Energias Renováveis, realizado de forma presencial a partir das 8h30 na Casa da Indústria e com transmissão via YouTube.

O trabalho integra o projeto do Atlas Eólico e Solar em desenvolvimento pelo Instituto Senai de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), por meio de Termo de Colaboração firmado entre o governo, através da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico (Sedec) e a Federação das Indústrias do estado (FIERN). Segundo o presidente do Sistema FIERN, Amaro Sales, o estado precisava de um novo Atlas de energias há anos, com o atual chegando em um bom momento de mudanças, investimentos e da necessidade da sociedade de receber essas informações. 

“Trata-se de um trabalho importantíssimo para atrair investidores e grandes players nacionais e internacionais para fomentar a discussão e aumentar essa base de sustentação fundamental para as energias”, frisa. O projeto envolve R$ 2,6 milhões em investimentos do governo potiguar e não só atualiza a primeira iniciativa de publicação do potencial eólico do estado – realizada em 2003 – como cria o primeiro atlas solar do estado em uma única plataforma.

A ferramenta trará a público informações do ISI-ER medidas em campo e simuladas sobre os ventos que sopram na região, além do potencial de geração solar. Os dados são colhidos por meio de estações solarimétricas instaladas em seis municípios e de uma torre anemométrica na região de Areia Branca. As análises são feitas por pesquisadores, pesquisadoras e especialistas do Instituto, entre mestres, doutores e técnicos em áreas como meteorologia, ciências climáticas, geografia, engenharia, energia eólica e solar. 

Rodrigo Mello, diretor do ISI-ER: torre de 170 metros será construída para análises de ventos (FIERN)

A plataforma também apresenta em um único endereço online informações de fontes como Aneel, Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Esta é uma ferramenta de relacionamento com a sociedade que permite aos usuários a construção de mapas com diferentes camadas de informações e o acesso a dados para relações dos recursos eólicos e solar disponíveis com informações socioambientais e de infraestrutura consideradas estratégicas para decisões de investimento e estudos voltados ao setor elétrico”, resume o diretor do ISI-ER, Rodrigo Mello.

Um grande diferencial, explica ele, é que o Atlas será aprimorado de forma contínua, a partir do lançamento da plataforma, agregando novos produtos para a sociedade até o início do segundo semestre. “Nós temos seis estações meteorológicas disponibilizando dados e vamos ter a maior torre anemométrica do Brasil, de 170 metros que estamos somando à infraestrutura já em campo”, acrescenta o executivo. 

Potencial de 140 GW offshore

O secretário de Desenvolvimento Econômico do estado, Jaime Calado, destaca o Rio Grande do Norte como maior produtor de energia eólica onshore do país, com 6,5 GW e um potencial no offshore para produzir mais 140 GW, equivalente a dez Itaipus, em referência a dados já medidos pelo ISI-ER.

Ele disse também que o encontro de hoje servirá para discutir a aprovação e assinatura de uma carta em defesa das energias renováveis, com recomendações importantes do ponto de vista do desenvolvimento da atividade, inclusive com a preocupação das questões tributárias desse setor.

A programação contará com palestras e debates sobre o tema. Secretários de Desenvolvimento Econômico,  de Tributação e representantes das Federações das Indústrias dos Estados do Nordeste, além de empresários da cadeia produtiva de energias renováveis e das instituições representativas do setor, também participam.