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A Echoenergia pretende dobrar sua capacidade instalada em cinco anos. O anúncio foi feito pelo CEO da empresa, Edgard Corrochano, durante a inauguração do complexo eólico Serra do Mel II (RN – 206 MW) na última terça-feira, 29 de março. A empresa tem uma carteira de 1,2 GW em projetos, com ênfase na fonte solar. De acordo com o executivo, todos os projetos já estão com a outorga, mas o escoamento ainda não está garantido para todos. Existe ainda a possibilidade de hibridização desses ativos.

A geradora foi adquirida pela Equatorial em novembro do ano passado. O plano de negócios está sendo revisado para que a expansão seja iniciada. Ainda de acordo com Corrochano, com a aquisição a Echoenergia ganhou uma robustez que antes não tinha, ficando com uma grande capacidade de crédito e alavancagem.

Segundo ele, hoje no mercado de renováveis a escala é necessária e a Echoenergia constrói os ativos de uma forma diferenciada, com qualidade única. “A forma que construímos é para operar durante 40 a 50 anos. Fazemos bem-feito”, defende. Ele conta que muitos projetos são oferecidos para a empresa comprar, mas sem qualidade no longo prazo. Aquisições não estão descartadas pela empresa, assim como a participação em leilões de energia este ano.

De acordo com o CEO da Equatorial, Augusto Miranda, a Echoenergia é uma empresa com alto poder de execução, uma vez que em cinco anos alcançou a marca dos 1,2 GW. “O poder de realização é muito forte. A capacidade já foi mostrada, está muito certo de que ela tem todas as condições de, em uma janela curta de tempo, dobrar a capacidade”, observa. A escala que a integração com a Equatorial trará leva a oportunidades no ambiente livre com a abertura de mercado. As distribuidoras do grupo Equatorial possuem cerca de 10 de milhões de consumidores, o que traz um vasto conhecimento dos clientes mais interessantes das áreas de concessão

Corrochano cita a conexão como o maior desafio atual para as geradoras renováveis. A Echoenergia tem pelo menos 350 MW com conexão garantidos, sendo possível iniciar as obras quando for necessário. A expectativa é que a conjuntura macroeconômica se estabilize no curto e médio prazo para que a execução dos projetos possa ser acertada. Com muitos projetos solares na carteira, a alta do dólar traz um impacto na equação dos custos dos projetos, porém, o recente recuo da moeda estrangeira tende a normalizar o cenário.

Em 2021 a Echoenergia realizou um leilão de I-Recs. Hoje esse mercado não é considerado atrativo por Corrochano. A expectativa é de que o mercado de créditos de carbono seja incrementado no país. Para Corrochano, o Brasil pode ser um grande exportador desses créditos, mas o regramento é necessário. “Tem que saber se posicionar para isso. Se a gente não pegar essa oportunidade, ela vai passar na nossa frente”, destaca.

*O repórter viajou a convite da Echoenergia