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O segmento solar, mais especificamente de geração distribuída, tem alavancado negócios. Tanto que ainda ontem, a modalidade alcançou 10 GW de potência instalada no país. Foram 67 dias para ganhar mais 1 GW. E a tendência é de ver a aceleração do ritmo este ano que é apontado como o de disparada dos negócios em termos de capacidade. Segundo a Associação Brasileira de Geração Distribuída, a perspectiva é de chegar ao final desse ano com 15 GW.

Um reflexo desse otimismo é facilmente encontrado nas empresas do setor. Uma dessas é a Solstar, companhia fundada em 2015 e que de 2019 para cá vem acelerando suas operações. A empresa que atua como integradora está focada no segmento residencial, onde calcula já ter comercializador quatro mil projetos. E olha para os próximos anos com uma ambição de crescer 150% este ano. Até o final de 2024 estima alcançar R$1 bilhão de receita.

Para isso, conta o CEO Matheus Bazan, está em um momento de mudança de posicionamento da companhia. Nos planos está o lançamento de um aplicativo que fornece inteligência e gestão de projetos aos parceiros, uma linha de crédito inicialmente estimada em R$ 20 milhões e mais um marketplace para o segmento.

A empresa, diz o executivo em entrevista à Agência CanalEnergia, investiu nos últimos anos R$ 7 milhões com foco em tecnologia. Agora vai a mercado fazer a captação junto a fundos de investimentos por meio de bancos comerciais para o funding dessa linha de financiamento que poderá levar a R$ 100 milhões em empréstimos para a instalação de projetos junto a instaladores.

“Nossa meta para 2022 é de termos um faturamento de R$ 250 milhões, passar a R$ 500 milhões em 2023 e terminarmos 2024 com R$ 1 bilhão”, descreve.

Esse caminho tem sua maior parte originada no crescimento da geração distribuída no país. Mas a empresa também quer aproveitar a sinergia para projetos de automação residencial, apostando no bem estar das pessoas, que ao elevar o orçamento pensando em um projeto de GD fotovoltaico em seu telhado pode ter também sua casa de forma mais inteligente.

“O mercado está em crescimento, por isso, nossa estratégia é a de oferecer não apenas um projeto solar fotovoltaico de acordo com as necessidades do cliente, mas também oferecer a perspectiva dele poder gerenciar a energia por meio da automação residencial”, afirma ele. “Queremos lançar já no segundo semestre um app, o Portal do Instalador, que terá toda a relação da empresa com o cliente e dar o salto da automação no país”, acrescenta.

Contudo, relata que o segmento de GD deve continuar a ser o grande impulsionador da Solstar. Deve responder por algo na faixa de 80% a 85% da receita enquanto o restante vem da automação.

Bazan diz que mesmo com a Lei 14.300, que estabeleceu o marco regulatório da GD, o movimento do nicho de negócio que a empresa atende não mudou significativamente. Até porque nesse segmento apenas 0,8% dos consumidores possuem um sistema de GD instalado. Então, a perspectiva de expansão continua forte.

De todo o movimento que a Solstar possui, 70% está na região Sudeste do país. Apesar disso, Bazan lembra que a empresa atua em todos os estados por meio de 20 lojas da marca ou por parceiros.

Outra necessidade que a empresa deverá ter ao longo dos próximos anos é o de investir mais em tecnologia, para tanto revela que a Solstar pode até mesmo buscar a aquisição de startups ou soluções que se relacionam com IOT (Internet das coisas) e que possam entregar valor ao consumidor. O objetivo, diz, é que a inteligência embarcada nas soluções, possam até mesmo sugerir ao cliente, por exemplo, a troca da geladeira porque a atual dele está consumindo mais energia do que uma nova e que é mais vantajoso ter uma nova.

Atualmente a empresa conta com 600 instaladores em sua base, somando os parceiros são 1 mil empresas. Dentro das possibilidades oferecidas pela plataforma da companhia está verificar as compras de materiais necessários para aquela residência, acompanhar a entrega da mercadoria em tempo real, ver o status das instalações com os  profissionais credenciados e o processo de homologação junto às distribuidoras (para troca do relógio na residência), entre outras.

Para a linha de crédito, finaliza ele, a tendência é de que em três meses os R$ 20 milhões já estejam totalmente emprestados a clientes em negócios que somam R$ 100 milhões, ou seja, um giro de cinco vezes o valor captado. “Esse será um projeto piloto para entendermos a dinâmica que esse negócio terá. Se os recursos terminarem, vamos buscar mais no mercado pois o mercado de GD deve beirar os R$ 20 bilhões esse ano, então há espaço para crescer a linha. Emprestar R$ 500 milhões é viável”, avalia.