A Copa Energia, dona das marcas Copagaz e Liquigás, oficializou nesta quinta-feira, 31 de março, um acordo de cooperação com a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. A parceria prevê investimentos que podem chegar a até R$ 2 milhões na execução de dois projetos em que o Gás Liquefeito de Petróleo, mais conhecido como gás de cozinha, será utilizado para geração de energia. Um deles é voltado para o agronegócio, no setor de piscicultura, e o outro para a Geração de Energia tanto no modo isolado como no modo conectado à rede de distribuição nas instalações da universidade. Ambos foram autorizados em caráter excepcional pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis e terão duração de 12 meses para experimentos e estudos científicos.
A Copa Energia instalará reservatórios com capacidade para armazenamento de até 4 toneladas de GLP. Os projetos serão desenvolvidos por equipes multidisciplinares compostas por doutores, mestres e graduandos. Como parte da parceria, serão oferecidas bolsas de estudos e iniciação científica, com o objetivo incentivar a formação de mão de obra qualificada no setor de energia.
Segundo Pedro Zahran Turqueto, vice-presidente de Estratégia e Mercado da Copa Energia, as parecerias com a academia são essenciais para a evolução tecnológica e a troca de conhecimento. A intenção é que a prática se torne cada vez mais corriqueira na empresa. Para ele, os pesquisadores são necessários para aperfeiçoar as técnicas e criar soluções e em contrapartida, as instituições necessitam de subsídio para desenvolver e aplicar seus projetos.
Para analisar o potencial técnico e mercadológico do uso do GLP como recurso energético para o agronegócio, serão avaliadas produções de dois tipos de peixes: pacu e tilápia-do-nilo, dispostas na área de piscicultura e nos tanques da Fazenda Escola da UFMS. De acordo com o coordenador de Novas Tecnologias da Copa Energia, Leonardo Silva, a finalidade do projeto é apresentar o GLP aos micros, pequenos e médios produtores como uma alternativa energética de fácil acesso e baixo custo.
Segundo ele, se observa que existe uma desigualdade no mercado, já que a qualidade do peixe está diretamente ligada ao fornecimento de energia. Assim, a ideia é usar o GLP como fonte de energia mais estável, chegando em locais onde a energia não garante fornecimento contínuo e evitar a perda da produção desses produtores. A Copa Energia fará um investimento inicial de R$ 600 mil no projeto, podendo chegar a até R$ 1 milhão.
Já o projeto de Geração de Energia tem como objetivo avaliar a eficiência energética e economicidade de um grupo motor gerador alimentado por GLP, que vai gerar energia elétrica tanto no modo off grid como diretamente na rede. O experimento será realizado das 17h às 20h, período de maior consumo da rede, fornecendo energia elétrica para a universidade. Será instalada na UFMS uma central de GLP, conectada a um gerador e ligada à rede de abastecimento da concessionária local. A técnica permite que a energia gerada seja direcionada para qualquer parte da universidade, conta Jaime Kilinsky, gerente executivo de Novas Tecnologias da Copa Energia. O aporte financeiro será de R$ 613 mil, com possibilidade de chegar a cerca de R$ 1 milhão.
Uma das primeiras experiências da Copa Energia com a UFMS utilizando o GLP em substituição à energia elétrica, aconteceu no início de 2020. O projeto apoiou profissionais da saúde do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, durante o período mais grave de enfrentamento à pandemia. Foram instalados, de forma provisória, quatro contêineres no estacionamento do hospital para procedimentos de higienização e desinfecção, abastecidos por geradores movidos a GLP, com o objetivo de suprir a necessidade de infraestrutura de energia.
Além da colaboração com a UFMS, a Copa Energia assinou, em fevereiro, um acordo de cooperação com a Universidade de São Paulo para estudar a viabilidade de produção do BioGLP no Brasil – um combustível gasoso, de origem renovável, que pode ser obtido a partir do tratamento do lixo, do bagaço da cana-de-açúcar e/ou do óleo vegetal.