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A inovação está no foco das empresas do setor de energia no país. É o que atesta uma pesquisa feita pela Beta-i-Brasil, uma consultoria sobre o tema que avaliou as repostas dadas por 17 empresas verticalizadas no setor sobre diversos aspectos desse assunto dentro das organizações. E as iniciativas até surpreenderam os pesquisadores, mostrando que nenhuma das empresas quer ficar para trás quando o assunto é o futuro.

Ainda mais em um mercado como o brasileiro, que está atrás de mercados mais maduros como o europeu, mas com perspectivas de avanços com temas como a agenda ESG e a própria modernização do setor elétrico, que promete abrir o mercado a uma nova era de tecnologias e formas de fazer negócios.

De acordo com a CEO da empresa, Renata Ramalhosa, claramente não há outra opção para as empresas de energia senão inovar. “Essa ação tem que fazer parte da estratégia e é essencial para a cultura da empresa e para os desafios de agenda ESG”, comentou a executiva em entrevista à Agência CanalEnergia.

Não há outra opção para a empresa senão inovar.
Renata Ramalhosa, da Beta-I-Brasil

Entre as conclusões que se tem desse extrato do setor elétrico, diz o pesquisador David Merino, a meta das empresas é serem mais eficientes no futuro uma vez que a concorrência é cada vez maior e mais ágil. E segundo ele, não são apenas as organizações privadas que seguem nesse caminho. Ele citou com surpresa as iniciativas de empresas estatais que também veem a importância de inovar no sentido de se manterem atualizadas, buscando interação com startups.

Um desafio nesse processo de inovação passa pela cultura da empresa, que essa mentalidade permeie toda a organização, não fique restrito apenas às lideranças e que não seja vista como uma responsabilidade exclusiva da área de inovação.

A necessidade de inovar encontra no processo de modernização do setor elétrico um impulsionador dessa busca. Até porque o futuro que se tem à frente é de aumento cada vez maior do papel do consumidor que passa a ser cliente. A CEO da consultoria aponta que ao olhar as empresas internacionais, principalmente em países onde já há a liberalização ou abertura de mercado, essas empresas estão mais preparadas para a mudança regulatória e de mercado.

“Essas empresas estão preparadas para responder a essas alterações, aos desafios de cultura. No cenário das empresas privadas locais e as públicas, os desafios são muito maiores com governança e cultura”, avaliou.

Merino acrescenta ainda que a abertura de mercado e o avanço da tecnologia trarão mudanças significativas. “O novo cliente é diferente, antes os contratos eram de muitos anos e agora mudará com maior liberdade, então precisam de estratégia para uma educação de como essas organizações podem adicionar valor ao cliente e ao mesmo tempo oferecer menor custo de aquisição”, destacou.

Empresas buscam ser mais eficientes, concorrência é cada vez maior e o cliente está no centro da estratégia.
David Merino, da Beta-I-Brasil

Em linhas gerais, o perfil básico ao se considerar a empresa de energia Brasil é aquela que enxerga a existência de desafios setoriais diante da grande transformação que se aproxima. Além disso, essas preocupações estão em como se relacionar com esse novo cliente que é terá mais protagonismo.

Outro ponto que Renata Ramalhosa destaca é o caminho para transição energética que vem atraindo até mesmo empresas de petróleo e gás para o segmento de energia elétrica. Além disso, cita que nesse sentido, a digitalização das operações será uma característica comum. “O regulador tem que incentivar a trazerem inovação na empresa, mas que isso não esteja restrito apenas aos programas de P&D, vai além disso, a inovação é essencial para novas estratégias”, destacou.

A pesquisa contou com a participação de 17 das maiores empresas do setor de energia no país (multinacionais, nacionais e públicas), abordando temas como desafios setoriais, estratégia e governança da inovação, cultura inovadora e capacitação, colaboração, inovação aberta, corporate venture capital e venture building, P&D e eficiência da inovação. Metade dessas são multinacionais. Com relação ao tamanho, são classificadas como grande porte 75%, aquelas que possuem mais de 1 mil colaboradoras, as demais 25% estão na faixa com mais de 500 colaboradores.