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Com a candidatura de Sandoval Feitosa para a Diretoria-Geral da Aneel garantida pelo ministro Ciro Nogueira, o senador Marcos Rogério (União-RO) trocou a indicação de Efrain Cruz para o cargo por duas das cinco vagas de diretor da autarquia. Os indicados são Fernando Luiz Mosna Ferreira da Silva, assessor do senador, e Ricardo Lavorato Tili, diretor de Regulação e Comercialização da Eletronorte.
Mosna e Tili fazem parte da lista enviada pelo Palácio do Planalto ao Senado, contendo os nomes que serão sabatinados para as diretorias da agência reguladora. Além de Feitosa, foram confirmados Hélvio Guerra, que será reconduzido porque ocupa um mandato tampão na Aneel; e Agnes da Costa, chefe da assessoria especial de assuntos regulatórios do Ministério de Minas e Energia. Os nomes dos três também tem o aval de políticos, mas foram enviados à Casa Civil pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
Sobre Ricardo Tili, paira a dúvida se não haveria conflito de interesses, uma vez que o advogado ocupa cargo de direção em uma empresa regulada. Mais de um executivo consultado pela Agência CanalEnergia levantou essa questão, citando o exemplo do consultor Adriano Pires em relação à Petrobras.
O executivo da Eletronorte foi eleito pelo Conselho de Administração da estatal em outubro do ano passado para um mandato tampão até 2023. Ele tem passagem pela antiga Companhia Energética de Rondônia (atual Energisa Rondônia), trabalhou como consultor em Direito de Regulação e Comercialização e atuou, até agosto de 2021 na Rovema Energia, empresa que tem empreendimentos termelétricos nos sistemas isolados.
Procurador federal da Advocacia Geral da União, Fernando Mosna foi cedido pela AGU ao gabinete de Marcos Rogerio quando o senador assumiu a presidência da Comissão de Infraestrutura da casa. Ele é conhecido por seu trabalho na construção do texto final do PLS 232, que prevê a mudança no modelo do setor elétrico.
“O Mosra é alguém que todo mundo conhece e respeita. Principalmente pelo papel que ele teve no PLS 232”, destaca Leandro Gabiati, diretor da Dominium Consultoria. Gabiati afirma que o setor recebeu de forma positiva as indicações para a Aneel. Algumas delas de forma até já esperada.
O presidente da Associação Brasileira dos Investidores em Autoprodução de Energia e do Fórum das Associações do Setor Elétrico, Mario Menel, também elogia o assessor de Marcos Rogério pelas qualidades técnicas e pela ponderação. “Marcos Rogério escuta muito ele. É um assessor parlamentar de primeiríssima linha e será um grande diretor.”
Apesar dos elogios, há no setor elétrico quem tenha ressalvas ao assessor, apesar de reconhecer suas qualidades profissionais. Um agente lembra que Fernando Mosna também colocou os “jabutis” da Eletrobras sugeridos por parlamentares. A grande pergunta, na avaliação de uma liderança do setor, é se ele será um diretor com posições independentes ou só um cumpridor de tarefas, por conta das vinculações políticas.