A energia solar segue crescendo a passos largos e conquistando cada vez mais espaço, não só pelos consumidores residenciais, como também por empresas que visam investir em iniciativas mais sustentáveis e também reduzir custos, visto os aumentos nas tarifas de energia elétrica. Prova disso é a última marca alcançada de 10 GW de potência instalada, um crescimento de 1 GW em apenas 67 dias. A Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD) estima que o País deverá ultrapassar a marca de 15 GW ao fim de 2022. Para mensurar os ganhos de escala do uso de energia solar em território nacional, dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) apontam que os sistemas solares no Brasil representam mais de 70% de toda a potência da usina hidrelétrica de Itaipu.
Apesar do alto valor do investimento inicial, as vantagens para o meio ambiente e para o bolso fazem com que redes de franquias de diferentes segmentos apostem em projetos com este foco. Segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), a entidade tem seis franqueadores e outros dois potenciais associados na área de energia solar, que juntos somam mais de 900 unidades.
Para a Água Doce Sabores do Brasil, uma das empresas associadas da ABF, o uso da geração distribuída, além de contribuir com o meio ambiente, tem como objetivo trazer economia financeira para a operação. A empresa conseguiu uma redução de 92% nos custos, uma economia mensal de R$ 14 mil e de R$ 168 mil ao ano. A franquia faz uso da GD há mais de quatro anos e já conta com 12 lojas com os projetos instalados e vários outros em fase de implantação ou em negociação com fornecedores. Para Júlio Bertolucci, diretor de Franquias da Água Doce Sabores do Brasil, a empresa já compreendeu que tais investimentos não são custos, mas sim estratégias que trazem retorno por meio da redução de custos e, frequentemente, aumento de produtividade por meio de melhores processos.
A escola Maple Bear, localizada em Campina Grande, na Paraíba, também aderiu ao uso da geração distribuída ainda em 2018. Pensando em uma maneira de ensinar as crianças sobre sustentabilidade e como minimizar os impactos ambientais, além é claro de “travar” a conta de energia, visto que a compensação dos valores gerados é feita em KW e não em reais, a escola instalou painéis fotovoltaicos e hoje tem capacidade de gerar 3.300 KW mensalmente, uma economia de R$2.600 por mês. Para Emiliane de Arruda Lacerda Vieira, proprietária da Maple Bear, essa diferença nos custos será utilizada nos planos para financiar novas ações de sustentabilidade em um futuro próximo. De acordo com a escola, foi possível obter o retorno do investimento em 34 meses de operação do sistema.