De acordo com o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico, Luiz Carlos Ciocchi, a transição para o período seco será mais tranquila que no ano passado. Em coletiva a jornalistas realizada na manhã desta segunda-feira, 11 de abril, Ciocchi mostrou simulações que mostram os reservatórios do Sistema Interligado Nacional chegando ao fim do período seco, no fim de novembro, com volume de 60,8%. A simulação com o cenário mais crítico traz os níveis em 40,6% no mesmo período seco, valor acima do registrado de 2020 para 2021.  “De partida temos uma situação bem mais confortável que no ano passado”, explica.

No Sudeste/ Centro-Oeste, a previsão é que os níveis estejam em 62,9% e no pior cenário, com 39,6%. Os cenários usaram como base anos as chuvas do período  2020/2021 e o 2008, que refletem anos com o fenômeno climático La Niña. De acordo com o diretor-geral do ONS, esse início de período seco será o melhor desde 2012, quando os reservatórios do Sudeste/ Centro-Oeste registraram volume de 76%. No SIN, a história se repete, com os melhores níveis em dez anos.

Outro destaque de Ciocchi é que não deve haver o despacho fora de ordem de mérito, com expectativa de operar apenas na ordem e sob a bandeira verde. “Estamos com os reservatórios em boas condições, só vamos ter o despacho térmico dentro da ordem e nessa situação a tendência é que passe todo este ano com bandeira verde”, avisa Ciocchi. Somente em setembro ou outubro poderá haver algum tipo de despacho,  com expectativa de média anual de até 6.000 MW. No ano passado, o despacho de térmicas chegou a 20.000 MW. “Estamos trabalhando com valores bem baixos”, aponta.

A hidrologia da região Sul, que vinha sendo motivo de preocupação, também tem mostrado sinais de recuperação. O diretor do ONS conta que há um mês a situação era outra, com autorização do CMSE para geração fora da ordem de mérito, mas com as chuvas das últimas semanas, o cenário mudou, com níveis acima de 50% em abril. “Isso nos dá uma tranquilidade que essa água que chegou seja suficiente para sair dessa preocupação”, comenta.

Sobre a contratação emergencial de térmicas feitas no ano passado e que agora não se faz necessária por conta da melhora significativa da hidrologia, o executivo lembra que quando a decisão foi tomada, havia uma grande incerteza de melhora nos volumes, o que poderia agravar a situação do sistema. O ONS conta com a entrada dessas usinas em operação. Segundo Ciocchi, que salientou a importância da preservação desses contratos, esse acionamento não será expressivo e não terá um custo significativo nas contas do consumidor. “Os mecanismos normais de gestão de preço e tarifa da energia já estão calibrados para isso”, ressalta.