A TS Infraestrutura deu início as atividades da sua unidade dedicada à fabricação de subestações móveis, que fica localizada na cidade de Betim (MG). A unidade tem aproximadamente 5 mil m² e teve investimentos de R$ 30 milhões. A empresa quer se fixar nesse segmento, classificado por ela com em franco crescimento. De acordo com César Carvalho, diretor da divisão de Sistemas Integrados da empresa, a principal função da SE móvel é atuar na redundância dos sistemas, atuando na manutenção dos equipamentos de rede. “A distribuição tem essas demandas, de ter uma SE móvel para a redundância dos equipamentos”, explica. A SE móvel também pode ser usada para resolver ocorrências rapidamente.
Segundo Carvalho, a expectativa da empresa é ter receita de R$ 700 milhões em 2022. A divisão de Sistemas Integrados é responsável por um terço desse total. Para a unidade a previsão é de R$ 130 milhões este ano. Segundo ele, a expectativa é de muitos negócios para os próximos anos. O número de pedidos vem crescendo. “O sistema brasileiro de alta tensão e subestações é antigo, precisa de muito retrofit e renovação e a TS Infra está preparada nas diferentes áreas para atender essa necessidade”, revela. No ano passado, o faturamento do grupo foi de R$ 250 milhões. A divisão de sistemas cresceu de R$ 40 milhões de faturamento em 2020 para R$ 200 milhões esperados esse ano.
Além dos retrofits já citados, que devem manter o volume dos pedidos, as recentes privatizações na distribuição brasileira podem trazer novas encomendas para a empresa. Segundo o executivo, as privatizações trazem na sua esteira investimentos novos que podem se transformar em oportunidades de negócios. Retrofits e projetos novos têm cada um metade dos pedidos na carteira da unidade.
Na grade de aplicabilidade, os transformadores de 15MVA a 50MVA com tensões de enrolamento primário na ordem de 34kV x 69kV x 88kV x 138kV e secundário de 69kV x 34kV x 13,8kV, todos religáveis e com sistema de trailer direcionável em 90°, podem ser montados em um único trailer ou ser modulares, compartimentados por trailer.
Atualmente a TS tem onze encomendas de Subestações Móveis. A previsão é que dez sejam entregues ainda este ano e uma fica para o ano que vem. Das dez que serão entregues, duas terão o prazo antecipado. De acordo com o executivo, o tempo médio de execução é de 12 meses, mas é possível ser adiantado para oito. A nova unidade em Betim tem capacidade para fabricar até oito SEs ao mesmo tempo. A TS tem seis tipos de subestação e, ainda segundo Carvalho, as subestações da TS Infraestrutura são consideradas versáteis, por não ficarem limitadas a apenas um tipo de subestação e serem religáveis.
Para o sócio da empresa, o maior desafio atualmente é lidar com os limites de carga máxima impostos pelos órgãos de transporte, de maneira que o reboque não transite com batedores e perca a flexibilidade. O objetivo é que a SE seja transportada em um caminhão para ser conectada com agilidade e ter menor peso. Quanto maior a potência do equipamento, maior o peso e há um limite regulatório de 74 toneladas.
O sócio-diretor da TS lembro ainda da importância desse tipo de equipamentos em eventos como o apagão do Amapá de 2020, em que a maior parte do estado ficou sem energia. ‘Se houvesse uma subestação móvel na área, ela supriria por um tempo sem problema”, avisa.
Outro desejo da empresa é a busca pela certificação de pegada de carbono para as SEs Móveis, por meio da ISO 14.067. Será a primeira SE Móvel do mercado com esta certificação. A norma traz a pegada desde o início da cadeia de fornecimento. “Será um diferencial para nós”, aponta.