A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) divulgou nesta quarta-feira, 20 de abril, que o Brasil registrou o consumo de 68.095 megawatts médios de energia elétrica no primeiro trimestre de 2022, uma alta de 0,9% em relação ao mesmo período de 2021.
Segundo dados preliminares da CCEE, o mês de março foi o que mais puxou o aumento no período, resultado da maior movimentação da economia interna do país, com a retirada das restrições para combate à pandemia de COVID-19 e de um cenário internacional favorável para exportações de setores como o petroquímico e de mineração.
Além disso, a CCEE mostra que o maior crescimento se deu no Ambiente de Contratação Livre (ACL), o chamado mercado livre, que abastece a indústria e grandes empresas, como shoppings e redes de varejo. Esse segmento utilizou 23.298 MW médios da eletricidade gerada no Sistema Interligado Nacional – SIN, 5,5% a mais do que no primeiro trimestre do ano passado.
Contudo, o Ambiente de Contratação Regulada (ACR), ou mercado regulado, que atende pequenas e médias empresas, o comércio e as residências, consumiu 44.796 MW médios, recuo de 1,4% em relação aos três primeiros meses de 2021.
“A própria migração de consumidores entre esses dois ambientes tem efeitos importantes sobre os dados. Eliminando do resultado as cargas que se movimentaram nos últimos 12 meses, o avanço do mercado livre seria menor, de 1,8%, enquanto o regulado teria uma alta de 0,4%.”, destaca a Câmara de Comercialização.
A CCEE também revela que um outro impacto que precisa ser considerado é o da geração distribuída no ACR, que são os painéis solares instalados em residências e empresas, reduzindo a demanda do SIN. Se desconsiderar o uso da tecnologia, haveria um crescimento de 0,2% no ambiente de contratação regulada.
Atividades
As maiores altas do primeiro trimestre foram registradas nos setores de serviços (15%), madeira, papel e celulose (13%) e químicos (7%). Entre os que mais reduziram a demanda, estão a indústria têxtil (-7%), manufaturados diversos (-3%) e extração de minerais metálicos (-2%). Os dados são relacionados ao mesmo período do ano passado e desconsiderando a migração de cargas.
No caso do ramo de serviços, a Câmara de Comercialização avalia que a alta se deu por conta da redução das restrições para movimentação em restaurantes, hotéis, shoppings e outros estabelecimentos, após o avanço da vacinação contra a COVID-19. Já entre os segmentos industriais, cresceram aqueles que se favorecem de um cenário externo de alta de preços, como é o caso da celulose e dos petroquímicos.
Regiões
Entre as regiões, o Mato Grosso registrou o maior avanço no consumo de energia elétrica, de 9% no comparativo anual, seguido por Rondônia (8%) e Paraná (7%). Os maiores recuos foram no Piauí (-5%), Rio Grande do Norte e Paraíba, ambos com demanda 3% menor. Segundo a CCEE, os fatores climáticos foram os que mais motivaram as variações nos estados, destacando aqueles que registraram maiores temperaturas e menores volumes de chuva do que no ano passado.