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Com a intenção de triplicar sua carteira de clientes nos próximos dois anos, chegando a 350, a comercializadora catarinense Rio Bonito Energia (RBE), do Grupo H. Carlos Schneider, apresentou seu novo portfólio de gestão energética no mercado livre e soluções integradas através de parcerias técnicas com a Ecoa Energia Solar, P3 Eficiência Energética e outra empresa na área de telemetria.

Em entrevista à Agência CanalEnergia, o diretor-executivo, Álvaro Scarabelot, há frente da empresa desde o início de 2021 após experiências de três anos na base de trading e GD da Engie em Porto Alegre, disse que a proposta recente foi reformular os produtos e diversificar outras linhas de negócios, como montagem de booking de PPAs, além de fortalecer sua atuação na gestão de clientes industriais e comerciais, fazendo a migração de unidades para o mercado livre.

“Devemos fechar 30 MW num contrato de 12 anos no próximo mês e estamos buscando montar a carteira de longo prazo para o desenvolvimento de uma plataforma varejista, abrindo o leque de olho na abertura de mercado”, revela o executivo. A concepção da ferramenta começou ano passado e deve chegar ao mercado em 18 a 24 meses extraindo valor nos mais de 20 mil clientes ativos da Ciser, empresa de fixadores com 63 anos de atuação no grupo.

Segundo Scarabelot, a RBE teve um crescimento forte a partir de 2018, muito focado em avaliações preliminares sem custo e na comercialização e agora sob o viés de diluir mais os esforços em outras áreas correlatas. Uma alternativa pode ser a GD voltada aos consumidores catarinenses, tendo avaliado já pelo menos três projetos, como com a Bioantenas, da área de Telecom e 109 unidades de uma rede de farmácias da região.

“Temos dois clientes que entram também no meio do ano como varejistas, reativando nosso agente na CCEE, que foi cadastrado em 2018”, lembra, afirmando que a meta é alavancar rápido a plataforma focando em pequenos clientes num primeiro momento. “Hoje no ACL nosso foco é contas acima de R$ 30 mil mensais, conseguindo reduções de até 35% olhando cinco ou seis anos de projeto”, complementa o diretor.

Outros esforços da companhia fundada em 2010 na cidade de Joinville (SC) estão na área de geração, analisando projetos e parcerias com grandes consumidores, como na participação de 50% em um parque eólico de 120 MW no Rio Grande do Sul ou outro de Geração Distribuída solar em Minas Gerais, começando em 40 MW e indo para 150 MW num segundo momento.

Comercializadora quer chegar a 350 clientes com nova plataforma varejista e parcerias em solar e eficiência (RBE)

Investimentos

O orçamento para a plataforma varejista ainda não foi definido, mas Álvaro afirma que deve ficar na faixa de R$ 2 milhões para a primeira etapa, para num segundo momento uma nova tranche podendo ir na interface visando capturar clientes de 100 a 300 kV quando o mercado abrir.

“Vai ser um organismo vivo e o que queremos no primeiro momento é que o cliente varejista selecione o produto e saia com seu modelo contratado, para depois o sistema ser ramificado e atualizado, com a intenção de vender contratos de mercado livre”, define.

O novo momento da companhia exigiu a remodelagem de todos os processos, incluindo a digitalizando da parte de gestão, com relatórios e processos alocados em uma nuvem de dados e com demais auxílios de desenvolvedores de Tecnologia da Informação específicos.

Na área de marketing o aporte destinado é de R$ 500 mil para 2022, contemplando a reorganização da identidade visual, site e outras aplicações como campanhas digitais. Já na mesa de trading foram R$ 200 mil para implementação da política de risco, acompanhando diariamente todos os indicadores e fornecendo relatórios semanais ao comitê, assim como reuniões e report trimestral aos acionistas.

“Existem muitos aventureiros nesse mercado e é fundamental ter uma diretriz bem desenhada para segurança no trade”, afirma o executivo, destacando a gestão das contas do Beto Carreiro World, num contrato de seis anos, além das tradicionais lojas catarinenses de materiais de construção 1001, tendo migrado dez unidades no ano passado para o mercado livre e preparando mais 25 lojas nesse ano.

Com mais de 100 unidades na carteira e faturamento de R$ 300 milhões em 2021, a meta da RBE é aumentar esse número para R$ 400 a R$ 500 milhões nesse ano, quintuplicando também a margem do resultado para 10% com a diversificação dos resultados dentro das outras linhas de negócio. “É triplicar a base de clientes, indo de 100 para perto de 350 nesse ano”, finaliza Álvaro Scarabelot.