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A partir de uma expectativa da Aneel de aproximadamente R$ 365 bilhões de investimentos nos próximos anos para digitalização das redes onde possam replicar subestações, linhas e demais ativos em tempo real, a multinacional sueca Hexagon quer avançar no Brasil com suas soluções para infraestrutura crítica, segurança e tecnologias geoespaciais junto ao setor de utilities, com atenção especial para o mercado de energia elétrica.

“Fazemos cadastro, inventário e o planejamento para projetos de expansão da rede, integrando os dados com outros sistemas para gestão dos ativos em tempo real, como no caso da solução contábil para atender a alguns requisitos da Aneel”, destaca à Agência CanalEnergia, o gerente de vendas especialista em infraestruturas críticas da companhia, Marcus Assis. Em resumo, toda gestão da operação é colocada num único banco de dados, abrangendo também o geoprocessamento, elaboração de projetos e o suporte para o desenvolvimento da automação necessária aos processos da indústria 4.0.

No setor elétrico o maior foco de atuação da empresa está entre as distribuidoras, mas o executivo afirma haver aplicações em realidade digital de hardware e software para os mercados de geração e transmissão, que na sua visão foram alavancados no último ano por algumas iniciativas de corporações buscando a modernização de seus processos, diferentemente do que via no passado.

“Temos sete contratos ativos no segmento energia e um time focado na expansão de um mercado que vem se consolidando acima de dois dígitos ao longo dos últimos dois anos”, pontua Assis. De 2020 para 2021 a multinacional teve um crescimento de 46% em seu faturamento, com a infraestrutura das utilities sendo a linha de negócio que mais cresceu. “Setembro e outubro foram os melhores meses de nossa história”, complementa.

Smart Grids

Segundo o executivo, alguns clientes no setor elétrico possuem demandas específicas em redes inteligentes e automação com integração da área de Telecom, como num projeto elaborado para a Cemig para o gerenciamento de inventário de plantas internas, com uma rede dedicada para definição de um módulo de inventário lógico.

“A Cemig é um cliente antigo, onde temos uma solução para toda parte de cadastro eletrônico de documentos e geoprocessamento e sensoriamento remoto com análises por meio de imagens de satélite”, comenta, lembrando de outro projeto recente e semelhante feito para as concessionárias Amazonas Energia e Roraima Energia.

Ele também refere a definição de uma Intenção de Registro de Preço (IRP) como algo inédito para o setor, envolvendo uma série de sistemas que vão desde indicadores regulatórios, operacionais até a parte prática de integração com outras redes de atendimentos, comerciais e a parte técnica do segmento.

Outra solução destacada é o BLK 247, um sensor que possui uma inteligência e videomonitoramento autônomo 3D, permitindo formar nuvens ou área de interesse em tempo real onde se pode criar um ambiente preciso para análise de segurança e risco. Também é possível o lançamento de cercas virtuais de alerta ou outros recursos de monitoramento, como temperatura dos equipamentos.

A ideia é que as empresas consigam antecipar as situações problemáticas, desenvolver planos de contingência e agirem rapidamente em situações de crise, reduzindo o tempo de inatividade de suas operações e os impactos internos e externos, incluindo perdas econômicas, sociais e ambientais.

Marcus Assis: Multinacional estuda o desenvolvimento de soluções para controle da GD na rede (Hexagon)

No caso o portfólio também abrange aplicações específicas para gestão de manobras e falhas na rede, entendendo quais os clientes são impactados com determinada manutenção ou ocorrência, tanto para notificação como deslocamento das equipes e dos recursos a serem empreendidos. Outra ferramenta atua com sensoriamento remoto para todos os tipos de eventos sobre a rede, além dos terrenos e movimentações atípicas de solo para análises ambientais.

Por fim Marcus cita a parte de proteção para infraestrutura crítica, com uma plataforma que faz a interoperabilidade através de diversos ativos de segurança numa central única de segurança das empresas para ativos como usinas, indústrias e linhas de transmissão ou distribuição. “São sistemas para casos como terrorismo, acessos indevidos, falha num fornecimento, abertura de comportas”, exemplifica.

P&D e inovação

Para suportar toda carteira de clientes e projetos envolvendo também mercados como mineração, saneamento, agricultura, além de fornecer medição de alta precisão, software para engenharia de plantas industriais e gestão de projetos de capital, a holding tem o compromisso de investir 13% da receita em Pesquisa & Desenvolvimento, tendo atualmente mais de 3.700 patentes ativas no portfólio e 4 mil funcionários dedicados na área de inovação e muitos investimentos a serem realizados ainda no Brasil.

“Nosso P&D está alinhado com as demandas vindas dos clientes, como em dois exemplos com a Cemig, aplicando as soluções mas desenvolvendo-as para o setor elétrico em si. Também temos uma visão mundial pensando na distribuição da energia descentralizada, com a figura do consumidor injetando também na rede tradicional”, comenta o gerente.

Fundada em 1992 a Hexagon adquiriu mais de 100 empresas de 2000 até esse ano, caso da Intergraf, que originou diversos dos produtos das empresas, assim como a Endas e a Sisgraf, criando um portfólio de correlações. “Nossas soluções transformam dados complexos sobre pessoas, lugares e ativos em informações e recursos relevantes para tomada de decisão rápida e assertiva para segurança pública, serviços de utilities, defesa, transporte e governo”, classifica o executivo de comunicação e marketing da Hexagon na América Latina, Fábio Guerra, que também participou da entrevista.

Hexagon quer ser provedora de tecnologias ioT e outras para gestão das futuras cidades inteligentes (Secom Florianópolis)

Num contexto futuro das cidades inteligentes a empresa pensou sua atuação tanto como provedora de tecnologia, com ioT e integração dos sensores para informações mais assertivas e rápidas, quanto atuar em parceria com outros agentes, fornecendo soluções para uma visão situacional nas futuras cidades inteligentes ou ainda nos PPPs envolvendo iluminação.

“Estamos colocando os dados para trabalhar e aumentar a eficiência, produtividade, qualidade e segurança em aplicações industriais, manufatura, infraestrutura, setor público e mobilidade”, complementa Guerra.

A multinacional também tem no radar o advento do 5G como um tema relevante para os ganhos de automação ao setor, com testes já sendo feitos em outras faixas de frequência enquanto essa realidade não chega. “Já estamos em contato com clientes analisando projetos desse tipo, em ESG e segurança para infraestrutura crítica junto as smart grids”, assente Marcus Assis.

Ademais o executivo finalizou lembrando de iniciativas diretas já com as prefeituras de Manaus e Osasco para gestão integrada e centralizada da polícia, SAMU, guarda municipal e agentes de trânsito, além de outras cidades no Rio de Janeiro, Ceará e Rio Grande do Norte, cada um com algumas diferenciações e adequações próprias mas todos com mesmo propósito de integração e centralização.