Após duas altas consecutivas no consumo de energia em janeiro e fevereiro, o Índice Comerc para o mês de março também registrou aumento de 1,21% na análise setorial. Apesar de moderado, o resultado reflete a performance de oito dos onze principais segmentos da economia apurados pelo índice. O Índice Comerc Energia leva em conta o consumo de mais 3.200 unidades da sua carteira, pertencentes a cerca de 1.525 empresas que compram energia elétrica no mercado livre.
A categoria de Siderurgia e Metalurgia lidera o ranking com crescimento de 4,97% no consumo de energia, seguida do setor de Manufaturados, com aumento de 3,26%, Comércio e Varejista com 2,19% e de Veículos e Autopeças, segmento que vem se recuperando nos últimos meses e encerrou o trimestre com acréscimo de 2,17% na frente de Química, Materiais de Construção, Embalagens e Alimentos, que tiveram variação em alta entre 0,46% e 1,06.
Já a categoria Eletromecânica segue na contramão desse cenário, com queda de 9,75% provocada, em grande parte, pela guerra no leste europeu. Segundo sondagem da Abinee, associação que representa o setor, a produção industrial do setor foi fortemente impactada porque importam componentes que contêm insumos produzidos pela Rússia ou Ucrânia. Ainda que mais leve, a retração também foi sentida pelos setores de Papel e Celulose (- 2,09%), Têxtil, Couro e Vestuário (-1,15%).
Na comparação anual com 2021, o consumo consolidado de março 2022 cresceu 2,28%, puxado principalmente pelo desempenho da categoria Comércio e Varejista, que apresentou alta de 30,8% após ter sido fortemente impactado pela crise da Covid-19. O resultado aponta para uma perspectiva animadora, sobretudo considerando as oscilações sentidas no consumo de energia nos últimos 12 meses.
Para Marcelo Ávila, vice-presidente do Grupo Comerc Energia, com poucas exceções, foi notado que a grande maioria dos segmentos apurados vem registrando altas consistentes no consumo de energia, o que indica, felizmente, uma maior produção na indústria.
Segundo Ávila, esse movimento é amplamente possível dentro do mercado livre, em que grandes empresas e indústrias podem negociar diretamente contratos flexíveis para fornecimento de energia, fazendo com que os impactos, principalmente das bandeiras tarifárias, sejam menos sentidos. De acordo com ele, a visão do primeiro trimestre é positiva e deve ser para os próximos meses”,