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A Agência Internacional de Energia anunciou nesta quinta-feira, 28 de abril, que criou o Grupo Consultivo de Alto Nível de líderes globais de energia, clima e finanças. O grupo é presidido pelo enviado especial da ONU Michael Bloomberg, e tem como meta fornecer informações estratégicas para um próximo relatório especial da AIE que explorará como colocar as emissões de carvão do mundo em um caminho para o NET Zero em meio aos principais desafios de segurança energética e acessibilidade que estão afetando países em todo o mundo com impactos econômicos particularmente graves no mundo em desenvolvimento.
O diretor executivo da IEA, Fatih Birol, convocou o Grupo Consultivo para oferecer recomendações visando o novo relatório da IEA intitulado Coal in the Global Net Zero Transition: Strategies for Rapid, Secure and People-Centred Change que deve ser publicado no quarto trimestre deste ano.
A meta é de apresentar neste relatório a primeira avaliação oficial de como enfrentar um dos maiores desafios energéticos e climáticos do mundo no cenário global alterado resultante da invasão da Ucrânia pela Rússia. O grupo consultivo será co-presidido por Arifin Tasrif, Ministro de Energia e Recursos Minerais da Indonésia, que atualmente ocupa a presidência do G20, e Teresa Ribera Rodríguez, Vice-Primeira-Ministra e Ministra para a Transição Ecológica e o Desafio Demográfico da Espanha.
Os demais membros são Saeed Ahmed, vice-presidente do Banco Asiático de Desenvolvimento; Mafalda Duarte, CEO dos Climate Investment Funds; Patrick Graichen, Secretário de Estado para Assuntos Econômicos e Ação Climática da Alemanha; Aditya Mittal, CEO da Arcelor Mittal; Daniel Mminele, Chefe da Equipe Presidencial de Financiamento Climático da África do Sul; Gary Nagle, CEO da Glencore; Kadri Simson, Comissária da Energia da União Europeia; Gurdeep Singh, presidente e diretor administrativo da NTPC; Jonathan Wilkinson, Ministro de Recursos Naturais do Canadá; e Zhang Lei, CEO do Envision Group. O grupo se reunirá duas vezes antes da publicação do relatório.
De acordo com o comunicado da entidade, a crise global de energia impulsionada pela invasão da Ucrânia pela Rússia revelou os desafios que os países enfrentam para garantir suprimentos de energia confiáveis, sustentáveis e acessíveis em um ambiente complexo e incerto. Além de prejudicar consumidores e empresas em todo o mundo, especialmente nas economias em desenvolvimento, a turbulência nos mercados globais de energia ameaça inviabilizar os esforços para evitar os piores efeitos das mudanças climáticas. No ano passado, as emissões globais de CO2 relacionadas à energia voltaram ao nível mais alto da história, em grande parte devido ao uso recorde de carvão para gerar eletricidade.
Na análise da AIE, gerenciar essa desmobilização do carvão não será simples. As opções de energia renovável são as novas fontes de geração de eletricidade mais econômicas na maioria dos mercados, mas destaca que ainda há vários desafios para reduzir as emissões da frota global existente de usinas que se utilizam desse combustível. Para a agência, o aumento dos fluxos financeiros e novos mecanismos de financiamento serão essenciais para reduzir as emissões de carvão na geração de eletricidade em todo o mundo. E ainda, a inovação em áreas como a captura de carbono será fundamental em muitos setores industriais.
