O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e a entidade alemã de cooperação GIZ assinaram na última sexta-feira, 29 de abril, um acordo onde pretendem investir € 2,6 milhões (R$ 14 milhões) na adaptação de infraestrutura e compra de equipamentos para seis centros de formação de profissionais para a cadeia de hidrogênio verde no Brasil.
O investimento faz parte do projeto H2Brasil da GIZ, uma parceria entre os governos do Brasil e da Alemanha para apoiar a expansão do mercado de hidrogênio verde e seus derivados no país. O acordo terá duração de 20 meses e serão um centro de excelência em Natal (RN) e mais cinco centros regionais de treinamento no Ceará, Bahia, Paraná, São Paulo e Santa Catarina.
De acordo com o superintendente de Negócios Internacionais do SENAI, Frederico Lamego, a instituição está apoiando a indústria brasileira na transição para uma economia de baixo carbono e para tornar o país ainda mais competitivo em energia renovável. “Hoje a demanda pelo hidrogênio verde é mais forte no exterior, sobretudo, na Europa. Ao desenvolvermos essa competência dentro do país podemos impulsionar também a demanda interna pela tecnologia ao tornar seu preço mais competitivo”, disse Lamego.
“A participação das energias renováveis na matriz energética brasileira vem aumentando a cada ano e a tendência é que esse número cresça ao mesmo tempo em que os custos de produção baixem. Esse cenário positivo comprova que o Brasil tem potencial para se tornar referência na produção de hidrogênio verde e um dos principais países exportadores do produto”, explicou o dr. Markus Francke, diretor do Projeto H2Brasil, da GIZ.
Hidrogênio verde
Vale lembrar que políticas globais estão sendo implementadas para diminuir os custos de produção, distribuição e aplicação do hidrogênio verde. Em 2021, foi criado o Hydrogen Council (Conselho do Hidrogênio), formado por 109 empresas globais, com capital somado de US$ 6,8 trilhões. Países como a Alemanha, Coreia do Sul, Japão, China, França, EUA e Reino Unido lideram o setor em termos de investimentos e inovação. O governo alemão adotou, em 2020, a Estratégia Nacional de Hidrogênio, que tem entre as estratégias a construção de parcerias internacionais para produção e exportação de hidrogênio verde.
A necessidade de cumprir as metas de descarbonização pode tornar os eletrolisadores aproximadamente 40% mais baratos até 2030, segundo estimativas da GIZ. Em 2021, há mais de 200 projetos relacionados ao hidrogênio verde, em mais de 30 países. Em 2020, a maior parte dos projetos (85%) estavam na Europa, Ásia e Austrália.