A Itaipu Binacional autorizou o início dos trabalhos para o mais abrangente plano de atualização tecnológica das unidades geradoras desde que a usina entrou em operação, há 37 anos. O contrato prevê 14 anos de serviços e US$ 649 milhões em investimentos. A atualização será executada pelo Consórcio Modernização de Itaipu, vencedor da licitação binacional, formado por empresas brasileiras e paraguaias.
A ordem para o início dos trabalhos, com prazo a partir do dia 23 de maio, foi assinada pelos diretores-gerais de Itaipu, Anatalicio Risden Junior e Manuel María Cáceres Cardozo e pelos coordenadores gerais do Comitê Gestor do Plano de Atualização Tecnológica, Renata de Biasi Ribeiro Tufaile e Federico Zacarias González. Para os quatro primeiros anos de contrato, o cronograma de referência prevê o planejamento executivo do projeto de modernização, a elaboração do projeto executivo e a atualização do controle centralizado da usina.
A atualização dos sistemas das 20 unidades geradoras deve ocorrer nos dez anos seguintes, com duas unidades completamente atualizadas a cada ano. O cronograma detalhado, entretanto, será elaborado pelo consórcio contratado e fechado durante a fase de planejamento executivo.
A cerimônia foi acompanhada pelo ministro de Relações Exteriores do Brasil, embaixador Carlos França; pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque; pelo ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República, Célio Faria Júnior; pelo embaixador Fernando Simas Magalhães; pelo presidente da Eletrobras, Rodrigo Limp; por Cida Borghetti e José Carlos Aleluia – todos eles integrantes do Conselho de Administração da binacional.
Também estavam presentes os conselheiros do lado paraguaio; o presidente da Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional, Ney Zanella dos Santos; o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica, André Pepitone; diretores de Itaipu de ambas as margens; e o CEO da divisão de Hydro da GE Renewable Energy para América Latina, Cláudio Trejger. A empresa faz parte do consórcio binacional.
O diretor técnico executivo de Itaipu, David Krug, mencionou que a modernização da usina é resultado de um amplo planejamento, que começou no início dos anos 2000 e passou por várias fases. Segundo ele, o investimento é necessário porque muitos equipamentos ainda são analógicos ou tecnologicamente defasados, operando há quase 40 anos. Em alguns casos, o fabricante não existe mais, impossibilitando a reposição de peças.
Segundo ele, quando se atualiza a usina, elimina a questão da sobressalência de peças. Para o diretor, o grande ganho é trazer a usina para uma nova situação de tecnologia e de eficiência dos processos de operação e manutenção. Já para Cláudio Trejger, a atualização tecnológica, com o que há de mais moderno no mercado, proporcionará maior segurança e contribuirá para garantir a continuidade de alta disponibilidade na operação, marco da usina em todo mundo, além de uma manutenção ainda mais eficiente.
O plano de atualização tecnológica contempla a substituição dos sistemas de controle e proteção das 20 unidades geradoras de Itaipu, da subestação isolada a gás, dos serviços auxiliares da usina, das comportas do vertedouro e da barragem, de toda a fiação de força e controle desses dispositivos, além do sistema de medição e faturamento da usina.
Também estão previstos no contrato a elaboração do projeto executivo, o fornecimento de todos os equipamentos e sistemas, os serviços de desmontagem e montagem eletromecânica, a realização dos treinamentos e a execução de obras que sejam eventualmente necessárias. Por terem um ciclo de vida maior, os grandes equipamentos eletromecânicos da usina, como turbinas e geradores, não serão substituídos.