A Omega Energia divulgou nesta quarta-feira, 04 de maio, que obteve um prejuízo de R$ 95,9 milhões no primeiro trimestre de 2022, ficando 2% acima do 1T21 e 117% abaixo do 4T21. De acordo com a companhia, o resultado foi negativamente impactado em R$ 4,6 milhões por despesas não recorrentes relacionadas à aquisição de 100% de Assuruá.
Já o lucro bruto de energia ajustado totalizou R$ 349,9 milhões, um avanço de 10% em relação ao 1T21 e 27% abaixo do 4T21. O resultado veio 7,4% acima do esperado devido a recursos e a otimização do balanço de energia e os resultados da plataforma de energia, parcialmente compensados por performance operacional e preços de energia.
Vale destacar que o lucro bruto de energia cresceu em relação ao 1T21 impulsionado principalmente pela aquisição de 22% de Santa Vitória do Palmar (R$ 12,4 milhões adicionais) concluída no final do ano e melhores resultados provindos da plataforma de energia (R$ 19,4 milhões adicionais).
A receita líquida de energia somou R$ 533,9 milhões entre janeiro e março, um aumento de 44% em relação o mesmo período de 2021. Já a compra de energia ficou negativa em R$ 248 milhões no 1T22, uma alta de 169% em relação aos R$ 92 milhões negativos do 1T21.
Contudo, o EBITDA atingiu R$ 232,3 milhões, ficando R$ 33,5 milhões acima do planejado. Segundo a Omega, esse número é especialmente favorável considerando a sazonalidade do portfólio e resultados – a safra de ventos começa em julho, os R$ 9,2 milhões de aumento nas despesas relacionados às atividades de desenvolvimento (Assuruá 4 e 5 e novos projetos) e a incorporação de 100% da Plataforma de Energia e os R$ 1,8 milhão de manutenções não recorrentes no Delta. Em geral, por conta de eventos meteorológicos transientes, todos os ativos entregaram volumes em linha com o P50, apesar da manutenção de La Nina e um Dipolo do Atlântico Sul (DAS) ligeiramente negativo.
A companhia afirmou que o plano para 2022 previa um início de ano mais úmido, devido a uma La Nina moderada e um Dipolo do Atlântico Sul (DAS) ligeiramente negativo, reduzindo o guidance de produção anual em 4% em relação ao P50 de longo prazo. Porém, foi observado um atraso no início da estação chuvosa no Nordeste por conta de fenômenos
meteorológicos transientes, levando a um 1T22 mais seco que o esperado. Como resultado, a Produção de Energia atingiu 1.523,8 GWh, 2% abaixo do 1T21 e 25% a menos do que no 4T21, dada a sazonalidade esperada dos ativos.
Com isso, a produção no 1T22 foi 156 GWh, 11% acima do esperado, uma vez que a incidência de recursos 177,6 GWh (R$ 42,8 milhões) acima do esperado, foi parcialmente compensada por um desempenho operacional abaixo da meta (-21,8 GWh), principalmente devido a curtailments não recorrentes na Bahia (-8,3 GWh) e performance abaixo do esperado em Pirapora (-11,9 GWh).
Já o preço médio de R$ 232,7/MWh, ficou 3% abaixo do 4T21 e 7% acima do 1T21, devido principalmente a venda da geração de energia adicional (156 GWh acima do previsto) a preços de curto prazo (PLD) 66% abaixo do 1T21. A gestão ativa do portfólio de energia e da plataforma de energia ajudaram a compensar parcialmente os menores preços de venda (-R$17,1 milhões), contribuindo com R$ 3,7 milhões de resultado acima do esperado.
A Omega declarou que segue acompanhando os mercados e, apesar de um trimestre decepcionante devido à inflação, ao novo ciclo de alta de taxas do Federal Reserve (FED) e a crise da Ucrânia, as plataformas renováveis têm preservado seus saudáveis níveis de precificação, com múltiplos EV/EBITDA médios na casa de 15×4. “Tais múltiplos não apenas revelam o alto interesse dos investidores em energia limpa, como também um apoio crescente à transição energética frente à recente turbulência nos mercados mundiais de energia, o que pode ser uma alavanca importante para uma companhia com o nosso histórico e capacidade de execução no setor”, disse em comunicado.