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Fatores como oscilações no câmbio e alta do dólar e a volta de surtos de covid na China fazem com que a fonte solar se encontre em um patamar de menor competitividade que a fonte eólica. Em entrevista à Agência CanalEnergia, o diretor vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores da AES Brasil, Alessandro Gregori, revelou que esses riscos na cadeia produtiva têm sido precificados na avaliação da empresa, levando as eólicas a estarem 15% mais competitivos que os fotovoltaicos, com reflexo no preço final para o consumidor. “Por enquanto a gente tende a estar mais perto do empreendimento eólico que do fotovoltaico”, explica.

Gregori se mostrou contente com os resultados do trimestre, destacando a performance da AES Brasil em todos os segmentos. O complexo eólico de Tucanos (BA- 322 MW), que demanda investimentos de R$ 1,3 bilhão, entra em operação este ano e segue com seu cronograma. São 70% de obras concluídas, 14 máquinas  montadas, com duas já em fase de comissionamento.  Já o complexo eólico Cajuína, que no final do ano passado fechou um contrato com a Unipar para mais 91 MW e tem 400 pessoas no canteiro, deve começar a entregar energia até o fim do ano que vem e em 2024. Em março, a justiça autorizou a compra do projeto de um complexo eólico de 305 MW da Renova Energia, localizado no Rio Grande do Norte e localizado próximo a Cajuína. Com esses ativos, a AES Basil sai de 3,7 GW para 4,7 GW  ficando com 43% de eólica e solar e 53% hídrica, com as novas renováveis sendo mais representativas em termos de Ebitda e resultado.

Na expansão, o executivo não descartou a aquisição de projetos brownfield, sendo necessário que a oportunidade se ajuste aos objetivos da empresa, o que nem sempre tem ocorrido no mercado. A AES tem uma tradição reconhecida de melhoria da gestão operacional e financeira dos ativos. “Não descarto, mas é muito mais oportunístico”, avisa. Gregori conta que os projetos greenfields têm a preferência, por permitirem a criação de arranjos de negócios conforme o projeto permitir.

O mercado livre,  que tem sido o destino da energia das usinas mais recentes, é visto hoje pela empresa como mais competitivo que o cativo. Esse cenário afasta a AES Brasil dos leilões do mercado regulado. Mesmo assim, ainda observa o regulado, visto como preferido dos pequenos players e iniciantes. “Nossa escolha está mais relacionada a competitividade, ao preço e ao retorno que uma definição estratégica do mercado regulado ou não”, observa.