Cada vez mais produtores rurais estão investindo na aquisição de equipamentos para gerar a própria energia na modalidade de geração distribuída. Entre outubro de 2021 e maio de 2022, na classe de consumo rural, o acréscimo de 500 MW representou a adição de capacidade instalada suficiente para atender ao consumo de 750 mil habitantes. Em setembro de 2021, quando a geração distribuída atingiu 1 GW no campo, a Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD) apontou que esse volume dobraria em doze meses.
A exemplo de outras modalidades de consumo (residencial, industrial e comercial) a energia solar é a mais presente nos sistemas de geração distribuída no campo, respondendo por 96,2%. As outras fontes presentes, todas renováveis, são termelétricas (2,7%) e Centrais Geradoras Hidrelétrica (1%).
Para o presidente da ABGD, Guilherme Chrispim, além da expansão da energia solar, a geração distribuída tem potencial de crescimento com as demais fontes. Em dezembro, a Aneel publicou a resolução sobre usinas híbridas. Para ele, esse conjunto de fatores fará com que o campo seja responsável pelo maior incremento porcentual de sistemas de GD. Comparativamente, o crescimento da GD para consumidores comerciais, no mesmo período (out/2021 a maio/2022), foi de 20%.
A disponibilidade de um curso d’água em propriedades rurais é uma das possibilidades de geração de energia, por meio de pequena central hidrelétrica. Nas culturas em que há passivos ambientais, como a vinhaça da cana-de-açúcar, ainda é possível instalar usinas que transformam gases do efeito estufa em energia. “A conjugação dessas fontes com os sistemas fotovoltaicos será cada vez mais comum, o que trará ganhos para o meio ambiente”, afirma Chrispim.