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A aplicação de tecnologia blockchain que é mais conhecida é sem dúvida quando se fala de criptomoedas. A enorme rede de mineradores acaba trazendo maior segurança às operações financeiras envolvendo e têm entre as marcas mais conhecidas o Bitcoin ou Ethereum. Mas uma outra aplicação essa mais restrita e entre duas partes relacionadas em um negócio começa a tomar forma e chega ao setor elétrico. A plataforma Corda está sendo usada para a emissão e comercialização de certificados de energia renovável.
Originalmente criada para ser uma rede para o sistema bancário, em 2015, a plataforma começou a alcançar outros segmentos da economia que demandam soluções que agregam mais segurança da informação e privacidade entre as partes relacionadas. Segundo Luiz Jeronymo, diretor de Engenharia de Vendas da R3, a plataforma Corda já é utilizada no segmento de seguros, saúde, além é claro, de bancos.
Desde 2016, a R3, empresa de software que coordenou o projeto, comercializa a solução. Segundo o executivo, a característica que tem atraído esses diversos outros setores é justamente a confidencialidade das transações em mercados regulados, pois possibilita a auditoria e mantém a característica de a informação poder ser acessada pelo órgão regulador e ainda a diminuição do chamado custo de observância em muitos casos.
“O Corda é uma solução DLT, que não é apenas um blockchain. Essa sigla significa Distributed Ledger Technologies, que é um termos mais amplo e possibilita o uso em ambientes regulados. Diferente de criptomoedas, a regulação exige que a empresa conheça a sua contraparte, essa é uma rede permissionária e não pública como são as moedas virtuais. Nos mercados regulados você precisa de controle e saber quem acessa a rede. Então, o Corda é mais adequado para esse nicho, entre eles o de energia”, explicou.
Todo trabalho para criação da plataforma veio em função da necessidade de instituições financeiras necessitarem de mais agilidade para realizar transações porque em casos em que há a necessidade de conciliação havia a geração de trabalhos que poderiam levar a informações incorretas. A checagem e confirmações acabavam sendo feitas até por telefone, situação que abria a possibilidade de erros. Com a plataforma houve uma mudança de chave, onde as informações passaram a ser confiáveis e verificáveis em um só local e ainda mantendo a privacidade das transações que o segmento exige.
Nos mercados regulados você precisa de controle e saber quem acessa a rede. Então, o Corda é mais adequado para esse nicho, entre eles o de energia. Luiz Jeronymo, da R3
Recentemente Furnas anunciou a criação de um sandbox multi-framework blockchain, um ambiente para desenvolvimento e experimentação de soluções voltadas ao setor de energia que criará um hub de inovação e aceleração de projetos, com agilidade, segurança e redução de custos. A iniciativa foi desenvolvida pela Multiledgers em conjunto com Furnas e baseada na plataforma Corda. O primeiro serviço está em operação e se chama RECFy, plataforma de emissão e comercialização de certificados de energia renovável e deve ampliar a utilização da plataforma em novos serviços a serem oferecidos no futuro.
Esse serviços consiste em emitir certificados atestados por auditor independente, o Bureau Veritas. É possível rastrear a energia consumida, permitindo que as empresas que os adquirem cumpram suas metas de sustentabilidade, compensando as emissões indiretas de gases de efeito estufa (escopo 2 do Programa Brasileiro GHG Protocol). Esse processo é chamado de tokenização do ativo e deverá chegar a outros.
Além de Furnas, a plataforma já é aplicada em GD, no Brasil. Essa modalidade de geração ultrapassou há pouco a marca de 1 milhão de sistemas e se aproxima de 11 GW em potência instalada, de acordo com dados da Aneel
Jeronymo comentou ainda que essa não é a única aplicação do software Corda para o segmento de energia no país. A solução já começou a ser usada por na Fohat uma startup com foco em comercialização de energia originada da geração distribuída, uma área onde a aplicação pode deslanchar, afinal o setor vem crescendo de forma exponencial.
Por aqui, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica, a GD ultrapassou há pouco a marca de 1 milhão de sistemas nessa modalidade de geração. Essas usinas abastecem com créditos quase 1,3 milhão de unidades de consumo. A potência instalada total está se aproximando de 11 GW.