fechados por mês
eventos do CanalEnergia
mantenha-se informado
sobre o setor de energia.
O Brasil deve ficar bem entusiasmado com o avanço do hidrogênio verde. Essa é a avaliação do líder do setor de Energia da Kearney para as Américas, Oliver Zeranski. A perspectiva é de que de todo valor de investimentos estimados de forma global nessa tecnologia, de US$ 15 trilhões, 2% devem ser destinados ao Brasil, ou até US$ 300 bilhões nos próximos 30 anos.
Em sua avaliação essa é uma importante oportunidade uma vez que o país tem uma vantagem competitiva inicial que é seu mix de geração renovável. Esse valor é previsto para ser aplicado em toda a cadeia de produção e que traz ganhos para todos os setores da economia de forma direta e indireta.
Segundo o executivo, que falou com a Agência CanalEnergia durante sua passagem pelo Brasil, as perspectivas de aplicação desses recursos está focada na tecnologia conhecida como o H2 Verde. Tanto que as perspectivas é de que os custos do produto recuem significativamente nesse campo.
Atualmente os custos do H2 Azul está na casa de US$ 1,5 a US$ 2,5 por kg com perspectivas de reduzir à metade. “Hoje a tecnologia de coloração verde está de US$ 3 a US$ 10, realmente é muito mais elevado, mas esperamos que em um período de cinco a 10 anos esse valor seja competitivo com o azul, chegando a US$ 1 a US$ 2 por quilograma”, destacou ele.
Claudio Gonçalves, sócio de Energia da Kearney Brasil, lembra que no Brasil temos uma série de projetos já anunciados com destaque no Ceará e outro no Porto do Açu, no Rio de Janeiro. E corrobora que o país tem um grande potencial em todo o seu território, ainda mais com a agenda ESG avançando nas empresas com a transição energética.
Setores como o de cimento e aço estão entre os principais alvos desses aportes. E aqui pela existência de ativos renováveis respondendo por cerca de 80% da capacidade instalada, traz grande vantagem quando comparado a países que têm que sair do zero, acrescentou Zeranski.
Em geral, o Brasil está atrás de outros países, principalmente a Europa. E como essa tecnologia já está acontecendo em outras geografias, aqui não será diferente também será uma realidade, assim como seus benefícios com toda a cadeia no entorno desses projetos, não apenas na implantação de projetos. Gonçalves cita ganhos com o desenvolvimento social e econômico.
Inclusive, avalia o executivo global da Kearney, a guerra entre Rússia e Ucrânia pode acelerar o processo da transição energética uma vez que a Rússia é um dos grandes players exportadores em todo o mundo e vem passando por sanções.
Para terminar, diz Zeranski, ainda não se fala dessa coloração para o H2, o rosa. Mas em um futuro apresenta potencial de ser dominante e está ligado à fonte nuclear, ao ponto de colocar um questionamento do porquê a sociedade investiu tanto dinheiro em outras fontes.