A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Eletrobras, por meio do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel) e da Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), abrem chamada pública do Programa Aliança 2.0.
Ao todo, serão destinados R$ 20 milhões em quatro anos para o desenvolvimento de projetos de eficiência energética em 24 indústrias energointensivas – ou seja, que precisam de uma grande oferta de energia para poder funcionar de forma adequada. Empresas interessadas em reduzir custos com energia podem participar da chamada se cadastrando no site do Programa.
O Programa Aliança foi desenhado para grandes consumidores de energia. Para ser elegível a participar da iniciativa, a indústria deve possuir uma demanda contratada mínima de 10 megawatts (MW) médio de potência elétrica, ou um consumo de energia anual médio de 87.600 MWh/ano ou, no mínimo, um consumo de energia térmica equivalente a 500.000 GJ/ano (gases e combustíveis).
De acordo com o gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo, o Programa Aliança desenvolve projetos que tornam os processos industriais mais eficientes e conseguem reduzir significativamente o consumo e os gastos com energia. “E o Aliança 2.0 inova na seleção das empresas: é a primeira vez que será realizada uma chamada pública com o objetivo de expandir o atendimento a empresas de todas as regiões do Brasil”, disse.
As empresas selecionadas receberão, cada uma, um aporte de R$ 400 mil e precisarão oferecer uma contrapartida no mesmo valor. Além disso, assumem o compromisso de implementar um plano de ação acordado e construído junto com a equipe técnica do projeto.
O diretor de Energia da Abrace, Victor Iocca, destaca que essa iniciativa mostra-se ainda mais importante no atual contexto de custos crescentes de energia. “Um dos mantras na indústria para ser sustentável e competitiva é produzir mais com menos. Nesta conjuntura, em que os custos energéticos estão exorbitantes, o Programa Aliança 2 é uma oportunidade para as indústrias brasileiras trilharem o caminho da eficiência energética”, afirma.
A implantação do Programa Aliança no parceiro industrial ocorre em fases. Uma vez confirmado o interesse, firma-se um Acordo Voluntário com a empresa, a fim de preparar a implantação efetiva do Programa. Na fase de implantação inicial, é realizado o levantamento dos potenciais de ganho da empresa, por meio da identificação dos maiores consumidores energéticos na planta, seguida da modelagem e otimização dos processos para ações de redução energética.
Logo após tem a Semana de Eficiência Energética (SEE) que visa apresentar à empresa os potenciais de ganho levantados e validados com a equipe técnica da empresa ao longo dos três meses de trabalho. A empresa tem 30 dias para definir quais serão as ações que serão priorizadas para os próximos 21 meses. Vale destacar que durante todas as fases do Programa Aliança, a empresa é assistida por uma equipe técnica do SENAI Cimatec e da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).
“O Programa Aliança, devido aos seus diferenciais, representa um marco na atuação do Procel. Entre eles costumo sempre destacar: a apresentação de soluções não só voltadas para sistemas elétricos, mas também para sistemas térmicos; a questão do fortalecimento da cultura da eficiência energética; a aproximação exitosa da universidade da indústria; a atuação sinérgica com os sistemas térmicos e motrizes; a coparticipação das indústrias também em termos financeiros; e a adoção de acordo voluntários”, finalizou a superintendente de Programas de Governo da Eletrobras, Renata Falcão.