O mês de junho começa como se esperava, com menos afluências em grande parte do país e com isso redução no nível dos reservatórios. O Operador Nacional do Sistema Elétrico apresentou nesta sexta-feira, 27 de maio, as projeções iniciais para o período, que marca o início do deplecionamento dos reservatórios. No Sul está a única elevação por conta da estimativa de ENA acima da média histórica.
Após o período de aumento no nível de armazenamento nos reservatórios do SIN, junho deverá marcar a primeira queda nos volumes. A previsão inicial é de o sistema como um todo encerrar o próximo mês em 74,3% ante os 74,6% atuais. Destaque para o Sudeste/Centro-Oeste que recua em 0,3 ponto porcentual para 66,1%. No NE a queda é de 94,7% para 92%. No Norte a previsão é de recuo de 0,2p.p. para 99,1%. No Sul segue a tendência de ENA acima da média e elevação de 87,6% para 93,9%.
Esse é o resultado das afluências abaixo da média em quase todo o país. A Energia Natural Afluente prevista no SE/CO está em 72% da média de longo termo. Já para o Sul é previsto ENA de 190% da MLT com as chuvas no início do mês. No NE a estimativa é de 63% e no Norte de 76% da média histórica.
Na quinta-feira, 26, primeiro dia da reunião do PMO, o ONS revelou que a previsão de carga para o ano está menor do que o previsto inicialmente. No mês de junho a estimativa inicial é de leve aumento de 0,7% ante o mesmo período do ano passado.
Com isso o Custo Marginal de Operação Médio está equacionado para todos os submercados em todas as semanas de junho. Sendo para esta primeira de 28 de maio a 3 de junho, é de R$ 39,50 por MWh reflexo da carga pesada em R$ 40,16, a média em R$ 39,51 e a leve em R$ 38,97/MWh.
A projeção de despacho térmico é de 3.848 MW médios, sendo todo o volume por inflexibilidade declarada pelas usinas.
Como apontado na reunião, o nível de precipitação na região Sul do país é o mais elevado por isso as vazões acima da média. Essas chuvas deverão aumentar as vazões, principalmente, na cabeceira do rio Uruguai, na bacia do Iguaçu e chegando ao Paranapanema a até o Tietê e Paraná. Após esse período a previsão é de normalidade para essa época do ano, com tempo mais seco.
No Norte a previsão é de continuidade das chuvas nas duas primeiras semanas de maio. No resto do país há redução desses volumes de forma significativa e como consequência a previsão de recessão das afluências nas principais bacias do SE/CO e NE. O que é normal para essa época do ano.
Ao longo da apresentação meteorológica o ONS confirmou que a tendência é de continuidade do La Niña por mais tempo que o previsto anteriormente. Esse período não costuma apresentar o fenômeno climático e confirma as projeções que a Climatempo já havia indicado em sua coluna semanal do CanalEnergia Live de dois meses atrás.
Apesar da existência do fenômeno, a previsão é de que não haja impacto significativo nos indicadores históricos do país no próximo trimestre, pois o maior efeito ocorre mesmo durante o verão.