A desenvolvedora de projetos Casa dos Ventos firmou um contrato inédito para compra e venda de energia fotovoltaica com a britânica Lightsource bp. A parceria terá duração de 10 anos e representa o primeiro PPA (Power Purchase Agreements) solar de longo prazo que a empresa assina como compradora e marca o início da operação da multinacional britânica no Brasil, com seu primeiro projeto na fonte.
A construção da planta de Milagres (210MWp), em Abaiara (CE), já foi iniciada e terá duração de 21 meses, com previsão de geração no início de 2024. Serão criados cerca de 800 empregos diretos no pico da obra, com prioridade para contratação de moradores locais.
Além da abertura de novas vagas de trabalho, a Lightsource investirá em projetos sociais e ambientais na região do Cariri, onde a UFV está sendo erguida. Ao entrar em operação o empreendimento reduzirá a emissão de 246.216 toneladas de carbono por ano, contribuindo assim para uma matriz limpa e renovável.
Segundo o diretor de Comercialização da Casa dos Ventos, Itamar Lessa, o movimento de complementação do portfólio foi possível graças ao crescimento rápido da empresa no mercado livre, tendo ultrapassado R$1 bilhão de faturamento no primeiro ano de atuação, com mais de 7 TWh em volume de energia vendida. “Com 1,3 GWm em volume de insumo negociado por mês, nossos contratos até 2025 já somam R$ 7,2 bilhões”, informa o executivo.
A companhia possui 900 MW de parques eólicos em construção e que devem entrar em operação até o primeiro semestre de 2023. Também é previsto mais um complexo de 200 MW este ano para início de operação comercial em dois anos. Todos esses ativos tiveram sua produção destinada a grandes consumidores em contratos de longo prazo, sendo parte deles na modalidade de autoprodução.
Além da aquisição de solar da Lightsource bp, a Casa dos Ventos planeja adicionar 800 MW de capacidade de geração FV ao seu portfólio nos próximos anos. Desse total, 400 MW serão acrescentados aos parques eólicos no Nordeste, tornando-os híbridos. Já a outra metade da potência virá de parques geradores exclusivamente solares implementados no submercado Sudeste/Centro-Oeste.
Itamar Lessa explica que o contrato com modulação solar é interessante por conta da complementaridade das fontes. “É uma forma de hibridizarmos nosso portfólio eólico e customizarmos a melhor energia para os nossos parceiros”.
Com 4 GWp de capacidade de geração e um vasto portfólio de projetos divididos entre as regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, a desenvolvedora de origem britânica espera atender à demanda crescente pela solar, tanto através de PPAs corporativos quanto de estruturas de autoprodução. A empresa quer estar ao lado do cliente, atendendo de forma customizada suas necessidades energéticas, incluindo aqui também os certificados de energia renovável (I-RECs), que comprovam que o elétron injetado no grid é de origem renovável solar.