Uma multi plataforma de energia. É assim que o CEO Wilson Ferreira Junior quer a Vibra Energia no mercado. O executivo, que já liderou grandes players do setor como a CPFL e a Eletrobras, foi o convidado do CanalEnergia Entrevista, disponível nas redes a partir das 11h desta segunda-feira, 6 de junho. A antiga BR Distribuidora, que passou a se chamar Vibra desde agosto de 2021, vem acertando parcerias em direção a combustíveis mais limpos para a transição energética e na área de energia quer aproveitar sua rede de capilaridade para que a Comerc cresça frente a um mercado que se abre cada vez mais. “80% dos clientes corporativos da Vibra não estão no mercado livre. É uma oportunidade muito grande de ampliar o processo de venda na própria Comerc”, explica.

A compra da Comerc foi uma aquisição considerada inesperada pelo mercado, já que a comercializadora estava prestes a lançar uma oferta pública de ações. Ferreira Junior conta que a justificativa para a ida ao mercado era a necessidade em recursos para implantar parques eólicos e solares. Ao aceitar a proposta da Vibra e cancelar o IPO, a Comerc vislumbrou sinergias até então inexistentes, em especial no campo financeiro para expansão, além do  acesso a uma rede de 18 mil consumidores ativos. “Tem um conjunto de vantagens por ter um sócio de referência”, aponta. Para o executivo, o mercado brasileiro de comercialização de energia ainda crescerá bastante.

A Comerc passa a ser o veículo da Vibra para expansão de energia. Os planos para a nova empresa do grupo também envolvem o hidrogênio verde, considerado o combustível para a próxima década. O executivo prevê veículos movidos a células de H2 verde e o Brasil desponta como um grande produtor, com o pipeline renovável da Comerc aparecendo como um dos atores neste movimento. A Vibra também tem voltado o olhar para start ups, em especial na área de mobilidade elétrica. São 41 Start ups parceiras, que possuem a vantagem da rapidez e da vontade do empreendedor. A Easy Volt, uma das contempladas com a parceria, é a maior carregadora de veículos elétricos do Brasil.

Veja a entrevista na íntegra:

Ferreira Junior lembra que na transição energética haverá um salto no uso de eletricidade, que será o combustível renovável mundial. Segundo ele, a Vibra não poderia ficar de fora desse movimento. A energia desejada pelos consumidores será certificada e limpa. A Comerc será o agente que vai fornecer a energia de quem fará esse processo de transição. A comercializadora, que reúne um conglomerado de dezenas de empresas e também atua na venda de gás e na melhoria dos processos, como na eficientização de equipamentos. “Vamos estar presente em cada um dos pontos, apoiando nossos clientes para ser mais eficiente e usar melhor combustível renovável e certificado”, comenta.

A Eletrobras, onde Ferreira Junior estava antes da Vibra, é vista por ele hoje com uma empresa atrativa. Em 2016, quando assumiu a estatal, a dívida era quase nove vezes o valor do Ebitda e muitos projetos estavam atrasados. Ao deixar a empresa, apenas dois projetos – a usina de Angra e o linhão que interliga Roraima – não estavam implantados.

A poucos dias da oferta de ações que vai culminar na sua privatização, o executivo não tem dúvida que a operação será exitosa, “O follow on vai ser um sucesso”, prevê. A geradora terá o aval para a retomada da capacidade de investimento em um mundo que caminha para uma pegada renovável. Ao se transformar em uma corporação privada, a elétrica poderá inclusive se expandir internacionalmente. “Acredito que a Eletrobras é uma das cinco maiores empresas de renováveis do mundo, com uma capacidade de crescer enorme”, conclui.