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A Marquise Ambiental em parceria com a empresa MDC deverão inaugurar ainda em 2022 mais uma planta para produção de biometano. O aterro sanitário ficará em Manaus (AM) e a nova planta terá capacidade instalada de produção de 60 mil m³ de biometano por dia.

“O projeto terá a missão de evitar três milhões toneladas de crédito de carbono na atmosfera entre 2023 e 2035, que seria a vida inicial desse projeto. Estamos muitos animados com essa perspectiva de fazer um novo projeto com a Marquise Ambiental”, disse a presidente da MDC, Manuela Kayath.

Previsto para ficar pronto em setembro de 2022, o aterro será semelhante ao já existente e em operação em Fortaleza, no Ceará. Na GNR Fortaleza, o material é transformado em cerca de 100 mil m³ de biometano/dia e, em breve, a capacidade de produção vai ser ampliada para 108 mil m³ de biometano/dia, alcançando 39 milhões de m³ por ano.

Hugo Nery (presidente da Marquise Ambiental) e Manuela Kayath (presidente da MDC) Crédito: Jarbas Oliveira

Segundo o presidente da Marquise Ambiental, Hugo Nery, está ocorrendo um processo de mudança no Brasil. “O mundo está adiantado no quesito de gestão de resíduos e ao longo dos últimos anos todos tem olhado diferente para esse segmento. Temos que trabalhar a visão do reaproveitamento”, afirmou Nery.

Depositados em aterros sanitários, os resíduos sólidos geram, naturalmente, metano e gás carbônico, dois gases de efeito estufa que, sem tratamento, são lançados na atmosfera e contribuem para o aquecimento global. O metano, por exemplo, é 25 vezes mais nocivo ao meio ambiente do que o CO2 (dióxido de carbono) e responde por 17% das emissões relacionadas diretamente ao aumento da temperatura na terra.

A redução em até 30% dessas emissões até 2030 foi um dos compromissos assumidos por 103 países na Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, a COP26, ocorrida em janeiro deste ano. A operação de Fortaleza evita que, todos os anos, aproximadamente 610 mil toneladas de gases de efeito estufa sejam lançadas na atmosfera. “O Brasil vem aderindo ao pacto de redução de metano e a tendência é a crescente corrida por projetos nesse sentido. Esperamos que a produção cresça nos próximos anos”, ressaltou a presidente da MDC, Manuela Kayath.

“Hoje o biometano é uma das fontes de energia limpa com maior potencial para capilarizar o consumo de gás do Brasil. É a oportunidade para os grandes consumidores de energia assegurarem uma oferta com maior previsibilidade de preços, se comparado ao gás natural ou o óleo diesel, e para dar um passo importante na descarbonização da nossa economia”, explicou a presidente da MDC.

A executiva ainda prevê que novos projetos de produção de biometano devem ser anunciados pela MDC no curto prazo, adicionando ao menos 120 mil m³/dia à capacidade instalada, chegando a produção de mais de 300 mil m³/dia.

Importante destacar que a produção de biometano entrou em uma nova era nos últimos tempos, impulsionada forte demanda dos grandes consumidores de energia, pela recém lançada política de incentivos federais e por um novo cenário global da transição energética para a economia de baixo carbono. “O incentivo do Governo ajuda a melhorar o retorno desses projetos, e além disso, o decreto do Governo para o mercado de carbono brasileiro vem mostrando que o Brasil está de olho nesse mercado”, explicou Manuela.

“Ainda não está claro como vai ser de fato essa regulamentação e temos muitas incertezas. Mas de qualquer forma, a direção que o Governo deu em lançar esse movimento mostra que existe uma preocupação com isso e vão ter diversos setores que serão incentivados para trabalhar a redução de metano. Eu acho a sinalização muito boa, mas é difícil avaliar ainda”, finalizou Manuela.

*A repórter viajou a convite da GNR Fortaleza